Cláudia Missura recebe prêmio Femsa de melhor atriz


Atriz rio-pardense Cláudia Missura é “O Menino Teresa” em peça de seu conterrâneo Marcelo Romanholi

Gosto de atuar, não importa o papel”, diz Cláudia Missura, que descobriu seu gosto pela interpretação - e pela versatilidade - quando ainda era menina em São José do Rio Pardo com o grupo de teatro rio-pardense nas antigas instalações da Fábrica de Expressão na rua José Andreoli, centro. Ensaiava textos em qualquer lugar: na estação de trem, atrás de um Museu Rio-Pardense, ou em casa de amigos. Com sua vinda para a capital, aos 19 anos, os tempos de improviso acabaram. Mas não a vocação de fazer de tudo um pouco. A disposição para interpretar diferentes personagens fica evidente em sua trajetória. Em março, ela recebeu o Prêmio Femsa de Teatro Infantil e Jovem de melhor atriz de 2008. A 16ª edição do evento ocorreu no dia 31, no Villa Noah, em São Paulo. Cláudia Missura recebeu o prêmio das mãos da atriz Rosi Campos.
No mesmo mês, entrou em cartaz nos cinemas com O Menino da Porteira, de Jeremias Moreira. Pouco antes, estava envolvida com as gravações da novela A Favorita, da Globo. “Cada linguagem tem suas dificuldades e méritos”, afirma.
Aos 36 anos, Cláudia enumera em ritmo acelerado seus trabalhos. Dos musicais infantis Felizardo e Sapecado, realizados pelo grupo Banda Mirim, à tragédia Áulis, dirigida por Elias Andreato. Subitamente, porém, a voz ganha um tom mais sereno para falar de O Avarento, na qual dividiu o palco com Paulo Autran (1922-2007), há três anos. O convite para participar veio do próprio Autran, que a viu na peça Domésticas, de Renata Melo, e no filme homônimo, de Fernando Meirelles. “Aprendi a ouvir os outros em cena com ele”, conta Cláudia. Durante a temporada, a atriz foi surpreendida pelo medo de subir no palco. “Era a primeira vez que havia mais de mil pessoas na plateia”, lembra. Para relaxar, começou a fazer sessões de massagem a cada quinze dias (hábito preservado até hoje). Formada pela Escola de Artes Dramáticas da USP, ela dedicou grande parte de seus estudos à commedia dell’arte italiana e à técnica de palhaço. “A Cláudia é uma perfeccionista, ensaia à exaustão”, afirma Marcelo Romagnoli. Ele assina o texto e a direção do espetáculo infantil O Menino Teresa, em cartaz no Teatro Alfa. No papel de uma garotinha disposta a descobrir as diferenças entre meninos e meninas, Cláudia esbanja segurança. Desde a estreia, em 2007, até hoje, o projeto sofreu diversas alterações. “Não tínhamos medo de mudar e experimentar”, diz Tata Fernandes, compositora e parceira da atriz em cena. Com a peça adulta A Comédia dos Erros, de Shakespeare, dirigida por Carlo Milani, Cláudia Missura cumpre temporada no Teatro Imprensa. Ela é mesmo versátil.

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