Carol Ortiz
cacal.ortiz@hotmail.com
Está em exibição nas salas de cinema do país, o nacional Jean Charles¸ filme com Selton Mello e Vanessa Giácomo, que relata a trajetória e morte do brasileiro confundido com um terrorista no metrô em Londres.
Com a direção de Henrique Goldman, o filme choca pela simples narrativa dos fatos. As coisas são como realmente são, e não há nada que embeleze uma atitude fria e impensada do ser humano.
O longa começa com o lado “brasileiro” das coisas. Goldman consegue mostrar a vida difícil e sacrificada de brasileiros que abandonam tudo e vão em busca de uma melhor condição financeira em um país distante sem perder o bom humor e a persistência. O “jeitinho brasileiro”de ser foi perfeitamente passado por Selton, na pele do bom humorado, acolhedor e atencioso Jean Charles de Menezes, mas quem rouba algumas cenas e nos fazem rir é Luis Miranda, que encarna o papel de Alex, primo de Jean.
Na maior parte da obra, as cenas são recheadas do nosso “dom” brasileiro de enfrentar e arrumar as coisas, além de mostrar uma família unida (para quem não sabe, Jean, que morava há três anos na Inglaterra, encorajou alguns primos a tentar a sorte naquele país e, além de dar um grande apoio material, ajudou-os encorajando-os e mostrando novas possibilidades – esse fato é admirável em Menezes), sempre disposta a trabalhar e ganhar a vida. A novidade está no fato de como Goldman arrumou os atores. Com um anúncio no jornal, selecionou vários brasileiros que viviam realmente aquela situação e os convidou para participar da obra. Merece destaque Patrícia Armani, que na vida real é ela mesma, ou seja, a prima verdadeira que morava com Jean na época em que tudo aconteceu.
O chocante e assustador está reservado para o final. Como o ser humano pode ser tão irracional e colocar em risco a vida de outro sem nada concreto? A cena em que Jean é morto friamente pela polícia da Scotland Yard é angustiante e nos faz refletir muito sobre as diferenças existentes no mundo.
Jean Charles, um filme que choca
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