Ano VI - Edição 109 - São José do Rio Pardo - SP - 07 de março de 2009
Emenda de Paulo Teixeira beneficiará Dec e Feuc
Aprovado instalação do corpo de Bombeiros em Rio Pardo
Feuc comemora 45 anos em abril
Feuc debate a liberdade nos meios de comunicação
Profissionais receberão instrução para o início da quimioterapia em Rio Pardo
Aposentados e pensionistas sem direito à paridade tiveram 5,92% de reajuste
Liga Sanjoanense promove reciclagem de árbitros de voleibol
Dia Internacional da Mulher terá homenagens na Câmara
Prefeitos da região extinguem EPIR
Carta do Leitor discute salário dos vereadores
Reminiscências
A informação na era tecnológica
A regra só vale pro outro
Douglas Adams, é impossível não rir de seus livros
Eu e o Futebol: Chico Capuano
Emílio Antônio Duva
Ele era um misto de rio-pardense e paulistano. Amava o Piloto, assim como o Juventus. Admirador de árias napolitanas, igualmente de sambas de breque.
O futebol local perde um dirigente, a arquibancada, já vazia, desfalca-se de um torcedor.
Estamos falando de Francisco Capuano Alexandre, o popular e respeitado Chico Capuano. Quantas vezes tomamos cafezinho juntos na Conselheiro Furtado; inúmeras vezes, vários copos plásticos de chopps na rua Javari. Em minha residência ouvíamos Pavarotti e terminávamos com Germano Matias na latinha de pomada para lustrar sapatos.
Certa vez, trouxe de São Paulo um advogado famoso nas lides advocatícias - homem de rádio e televisão - veio para defender o Piloto de uma questão desportiva, nada mais nada menos que Dr. João Batista Zanforlim, para deleite até dos seus adversários.
O primeiro contato que tive com Chico Capuano foi num campo de futebol. Num domingo, na Fazenda Serra, num clássico Serra x Rancho do Leão.
Disseram-me, os colegas, para que não descesse muito em apoio ao ataque, pois o time “da fazenda” tinha um médio (sim senhor) volante baixinho que sabia parar os avanços por aquele lado. Ele, uns 15 anos mais rodados do que eu, não me causou medo. Mas, foi só a bola rolar que ele mostrou sua categoria.
Fiquei na minha, lá atrás, contemplando suas gingas e liderança no meio campo. Grande Chico.
Idealizou e evolucionou o futebol rio-pardense com o seu Piloto. Organizou tudo pelo amor àquele clube. Sucessivos títulos conquistados.
Já cansado pela ampulheta do tempo – implacável – volta a administrar o seu recanto aprazível. Sendo ali o seu derradeiro tento de hora, caindo por terra num lance desumano, covarde e violento. Seus esforços não poderão ficar em vão. Sempre que o futebol, local, necessitar de uma força, agora não mais material, poderá recorrer em orações à alma do saudoso Chico. Incrustado de ternura e na doce lembrança dos nossos corações. Em nossos cantinhos de saudade.
Nota do autor: ao longo de alguns anos foram brutalmente assassinados ex-jogadores, cito: Mauro Cabeção, Guarani, anos 80; Marco Antônio Riul, Corinthians, anos 70; Del Vechio, Santos, anos 50 e 60; Décio, América RJ, campeão em 1960; Tião, Atlético MG, anos 70; Zimmerman, Santos, anos 80.
Prato do Dia: Lagarto com milho verde
Odair Corsini
odaircorsini@ig.com.br
Ingredientes
01 peça de lagarto
200 g cogumelo fatiado
400 g creme de leite
400 g milho verde
200 ml de suco de laranja
01 cebola picada
04 dentes de alho picados
01 colher (sobremesa) manteiga
03 ramos de alecrim
Sal e pimenta branca a gosto.
Modo de preparo
Assar em panela o lagarto já temperado com sal e pimenta branca.
Depois de assado, fatiar e reserve.
Puxe na manteiga a cebola e o alho até murchar.
Junte o milho verde e o cogumelo deixe cozinhar até secar.
Na panela que foi assado o lagarto, coloque o suco de laranja, o creme de
leite, o alecrim e deixe ferver ligeiramente.
Montar a travessa de serviço colocando o lagarto, em seguida, por cima dele coloque o molho, e depois o refogado de milho e o cogumelo.
Momento Espírita: Peter Pan e a responsabilidade
O escocês J.M. Barrie criou, por volta do ano de 1902, o seu personagem Peter Pan, representando uma criança que não desejava crescer. A temática envolvendo o jovem Pan está sobretudo na questão de evitar os desconfortos da vida adulta, as re sponsabilidades, os sofrimentos. A chamada síndrome de Peter Pan tornou-se um termo psiquiátrico usado para descrever um adulto que receia os comprometimentos, e se recusa a agir conforme sua idade, a amadurecer. Responsabilidade é uma palavra que dói, só de dizer, só de pensar, para muitos jovens nesses dias.
Tudo parece mais leve, mais fácil, quando nos abrigamos na terra do sonho, ou na terra do nunca, usando da localização criada pelo pai de Pan, Barrie.
Compromissos são pesados, exigem isso, exigem aquilo. Por isso, é melhor não tê-los - pensam muitos. Amadurecimento parece sinônimo de tristeza, de prisão.
Não há nada de mal em querer manter viva a sua porção criança, sua alma juvenil e sonhadora. A alma dos planos, da imaginação fértil, da criatividade - tudo isso é muito bom.
Porém, o exagero, a falta de encarar a vida como uma responsabilidade séria, poderá trazer muitos prejuízos ao Espírito em desenvolvimento.
Por que ter medo da responsabilidade? Do compromisso? São leis da natureza - caminhos necessários da vida. E a responsabilidade não precisa ser vista como algo pesado, penoso, que cerceia nossa liberdade. Pelo contrário: quanto mais responsáveis somos, e cumpridores de nossos deveres, mais livres seremos. Ser responsável é poder responder pelas próprias ações. É poder justificar as razões dos próprios atos. Assim, é da lei natural.
Fugir da responsabilidade é fugir da vida, das Leis Divinas.
É como se ousássemos dizer, em determinada manhã: Hoje não serei influenciado pela força da gravidade!
Não há como escapar. a falta de responsabilidade aqui gera ali, pela lei universal de causa e efeito, o compromisso de reparação, de ajuste, de acerto.
Assim, a fuga é apenas temporária, a responsabilidade apenas postergada, e novos comprometimentos adquiridos. Muitos deles, inclusive, que não seriam necessários.
Em função de tudo isso perguntaríamos aos que clamam a liberdade sem responsabilidade: de que adianta fugir? De que adianta postergar?
A vida adulta não precisa ser encarada com esse cenho carregado, com essa seriedade sisuda, cabisbaixa, amarga. Nossa porção criança - não a que não deseja crescer, mas a que não deseja amargar - sempre nos auxiliará a enxergar os acontecimentos sob o lado bom dos mesmos. Ela nos trará o humor saudável, a leveza nos relacionamentos com os outros, o coração aberto, sem as máculas dos preconceitos, o sorriso constante de gratidão pela oportunidade de viver.
Que possamos levar, da figura simpática de Peter Pan, a leveza de seus voos, da porção criança que nos ajuda a nunca desistir dos sonhos almejados.
Que possamos carregar em nós a criança que deseja crescer sim, em seu tempo, sem pressa, aproveitando cada fase da vida com tudo que tem a nos conceder de melhor.
“Cidade abacial”... quem sabe logo, “cidade eminentíssima”....
Dom Abade Paulo Celso Demartini O. Cist., Abade eleito
Caríssimos amigos e irmãos em Cristo!
BENEDICITE!
Que semana abençoada!
Em menos de três dias dois de nossos monges rio-pardenses são chamados a servir a Deus e a sua Santa Igreja em ministérios de grande responsabilidade.
Em apenas três dias duas grandes notícias. Dois filhos desta terra de São José do Rio Pardo, ambos nascidos não longe do mosteiro, recebem missões na Igreja: Dom Orani foi eleito Arcebispo do Rio, futuro cardeal, e eu fui eleito como 3º Abade do Mosteiro!
Por isso que antecipadamente se pode dizer cidade “eminentíssima”, pois eminência é o pronome de tratamento para os cardeais. Esperamos que no próximo consistório Dom Orani seja nomeado cardeal, pois o Rio de Janeiro sempre foi sede cardinalícia. Um dos famosos cardeais cariocas foi o cardeal Sebastião Leme, natural de Espírito Santo do Pinhal, cidade que é de nossa Diocese de São João da Boa Vista.
Disse cidade abacial pois é minha terra natal, onde está a Abadia. Sempre vivi à sombra do mosteiro. Nasci num sítio, mas meus avós e tios moravam perto do mosteiro e acompanharam a vida dos cistercienses desde 1949. Algumas tias ainda residem perto do mosteiro e são até oblatas seculares, bem como minha mãe e minha irmã.
Quanta delicadeza de Deus! Não merecemos!
Devo tudo a Dom Orani. Foi ele quem me ajudou no processo de minha vocação monástica e me acompanhou em todas as etapas de minha vida de monge e sacerdote. Eu o escolhi como meu padrinho de Crisma, mas na época o Prior pediu que escolhesse um leigo. Assim, escolhi Dr. Heber Fontão, esposo da D. Lourdinha Fontão, que profetizou que o “menino” Orani seria Bispo e Papa.
Fui eleito dia 24 de fevereiro como 3° Abade do Mosteiro Cisterciense de São José do Rio Pardo. O Capítulo foi sereno, como sempre se fala que é “auditório do Espírito Santo”
Dou graças a Deus por fazer parte da Ordem Cisterciense. Neste meu ano Jubilar (completei 25 anos de Profissão Monástica em 26/01/2009) vejo o carinho de Deus Pai. Foram necessárias tantas podas, crises, exílios, mas tudo visto à luz da fé foi uma bênção.
Eu e todos os monges nos colocamos à disposição de todos, unidos pela oração.
A Bênção Abacial será dia 19 de março, Solenidade de São José, numa quinta-feira, mas é feriado em nossa cidade. Será às 10h00 da manhã. A celebração será presidida pelo Bispo Diocesano Dom David e a homilia e a oração da Bênção será proferida pelo Abade Geral da Ordem Cisterciense Dom Mauro Esteva. Estarão presentes os meus dois Abades predecessores: Dom Edmilson (de quem fui prior por 10 anos) – atual Bispo de Barretos e Dom Orani (de quem fui vice-prior – nomeado Arcebispo do Rio pelo papa dia 27, dois dias depois de minha eleição.
Faço questão da presença de todos.
Meu lema abacial é “pius pater”, “pai amoroso, piedoso” tirado do Prólogo da Regra de São Bento, versículo 1.
A posse de Dom Orani no Rio será dia 19 de abril, às 15h00, na Catedral Metropolitana.
Aqui o nosso agradecimento a Deus pelo amor com que tem tratado nosso mosteiro nesta semana.