Ano VI - Edição 109 - São José do Rio Pardo - SP - 07 de março de 2009

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Emenda de Paulo Teixeira beneficiará Dec e Feuc

O Departamento de Esportes e Cultura (Dec) já definiu onde serão aplicados os R$ 300 mil destinados a São José do Rio Pardo através de emenda do deputado federal Paulo Teixeira (PT). De acordo com a secretaria de Obras e Serviços o projeto foi protocolado na sexta-feira, 6, para ser submetido à avaliação e, por conseqüência, liberação do recurso.
Segundo Marlon Callegari da Silva, o Dec dará início à reestruturação do Estádio Municipal Palmiro Petrocelli, no Jardim aeroporto, inclusive com a construção de três salas de aula para o curso de Educação Física da Faculdade Euclides da Cunha (Feuc).
Parte do recurso seria utilizada na construção de uma nova quadra de esportes no complexo do Ginásio do Tartarugão - onde estava a antiga piscina. No entanto, segundo informações de Daniel Cobra Monteiro, diretor da Secretaria de Obras, o recurso seria insuficiente para concluir as duas obras, por tanto, priorizou-se o Estádio.
Ainda de acordo ele, o projeto foi protocolado na sexta-feira, 6, no Ministério dos Esportes. “Agora, iremos aguardar a segunda etapa que é a aprovação e depois a assinatura do convênio, no qual a prefeitura deverá entrar com a contrapartida de 20%”.

A reforma
Marlon explicou que a intenção do Dec em conjunto com a secretaria de Obras é dar vida ao espaço praticamente abandonado e, ao mesmo tempo, compartilhar com a Faculdade que tem interesse na parte esportiva.
Contou que a arquibancada à direita do portão de acesso ao local não será mexida, no momento, e poderá até ser demolido, pois avaliações preliminares da secretaria de Obras da Prefeitura apontam para o comprometimento da estrutura. 
No entanto, do lado esquerdo, a arquibancada será ampliada e coberta e serão construídos banheiros. Na parte esportiva, a pista será reformada, será construída uma gaiola fora do gramado para arremesso de dardo, martelo e disco. O local também receberá uma iluminação especial para atividades em período noturno.
O campo de futebol será mantido e será multifuncional, pois além das partidas, servirá como pondo de recepção dos objetos - discos, dardos e martelos - arremessados pelos atletas.
O local receberá um novo alambrado e também será construído, logo na entrada do Estádio, uma casa para um zelador. As salas de aula serão erguidas do lado oposto À entrada, atrás do campo de futebol.

Com o prefeito
Na segunda-feira, 3, o presidente do PT, Miguel Paião esteve com o prefeito João Luís Cunha para informar os esforços da direção petista do município em contribuir com o desenvolvimento do município.
Para o petista, o fato de não ser base de apoio à atual administração não omite o partido das obrigações de contribuir com a melhoria da cidade.
No encontro, acompanhada pelo assessor de imprensa da prefeitura Fernando de Sylos, Paião colocou a preocupação do partido em viabilizar a construção do Campus e também recursos para o tratamento do esgoto.
Cunha agradeceu o empenho do PT local junto ao deputado Paulo Teixeira que destinou, através de emenda parlamentar, recursos que serão utilizados no Estádio Palmiro Petrocelli e beneficiarão a Feuc. Ele aproveitou e pediu que a direção continuasse a trabalhar junto às instâncias superiores para aquisição de outros investimentos que possam contribuir para o desenvolvimento do município. “É importante pensarmos o melhor para a cidade”, finalizou o prefeito.

Aprovado instalação do corpo de Bombeiros em Rio Pardo


Bombeiros e a presidente da Câmara, Lúcia Libânio, durante audiência pública na terça-feira, 3

Com a Câmara lotada, os vereadores aprovaram na noite de terça-feira três projetos de leis do executivo (17, 18 e 34) que possibilitarão a implantação do Corpo de Bombeiros em São José do Rio Pardo. A votação ocorreu após a Audiência Pública e contou com a presença de membros da corporação para esclarecer dúvidas e debater o assunto.
Os projetos referem-se, respectivamente, à criação da Taxa de Serviços de Bombeiros, às normas de segurança contra incêndio e também a criação do Fundo Especial de Bombeiros (Febom).
Se não houver entraves nos trabalhos de implantação, a corporação deverá estar em atividade, ainda este ano, a partir do segundo semestre. O local mais indicado para sua instalação, até o momento, é no terreno do DER, na avenida Brasil.
A reivindicação de uma corporação no município é antiga, sendo os primeiros contatos feitos ainda pelo prefeito, João Santurbano.
Segundo informações da Procuradoria Jurídica da Prefeitura, a taxa de manutenção da corporação será cobrada jun to com o IPTU, sendo isentos os mesmos contribuintes isentos do IPTU. O valor mínimo da taxa estabelecido no projeto é de R$ 5 por ano. E o máximo, para imóveis residenciais, de R$ 15 anuais. Já os imóveis comerciais e industriais terão taxas anuais que podem chegar a R$ 400 (limite só atingido, na prática, pela Nestlé e pela Cargill).
De acordo com o convênio padrão assinado entre a Secretaria de Segurança Pública do Estado, o Comando Geral da Polícia Militar e a Prefeitura de São José do Rio Pardo, o município fica obrigado “a cobrar uma taxa de incêndio, para manutenção dos serviços de bombeiros” (Cláusula 15ª).
Já o Estado fica obrigado a constituir efetivo policial militar habilitado; fornecer uniformes e material de expediente; remunerar o efetivo policial; fornecer equipamentos para combate a incêndio e operações de salvamento.
Ao Município cabe manter combustível e lubrificantes; manter viaturas e equipamentos para combate a incêndio, salvamento aquático e terrestre, e de resgate de acidentados; viatura leve para transporte e material; equipamentos de comunicações; manutenção do equipamento em geral; construção ou adaptação de instalações a serem aprovadas pela Polícia Militar; material de limpeza, alojamento e administração; alimentação ao pessoal de escala; instalação de hidrantes públicos planejados.

Feuc comemora 45 anos em abril

A Faculdade Euclides da Cunha (Feuc), de São José do Rio Pardo, comemora no próximo dia 27 de abril 45 anos de fundação. Ela foi criada pela Lei Municipal nº 415 de 1964, tendo autorização definitiva de funcionamento através do parecer 201/66 do Conselho Estadual de Educação. Conforme publicado pelo jornal Gazeta Rio Pardo (22 de agosto de 1965) a criação da instituição foi “[...] fruto do empenho coletivo da população rio-pardense através da Prefeitura, da Câmara Municipal, das Autoridades, das entidades culturais, dos estabelecimentos de ensino, através do povo enfim, congregou-se em torno de um ideal e, com um entusiasmo revelado como em poucas ocasiões, lançou-se à luta, de que ora sai recompensada e inteiramente vitoriosa”.
Segundo informações da diretora Isabela Custódio Talora Bozzini, em 1966, a Faculdade iniciou suas atividades oferecendo os Cursos de Ciências Sociais, Pedagogia, Letras e História. “Desde então, é mantida como entidade autárquica, firmando-se através desses anos como uma instituição de ensino superior voltada preferencialmente à formação de professores”, explicou a diretora.
De acordo com dados internos da instituição cerca de 65% dos alunos atendidos pela Feuc são de São José do Rio Pardo, contra 35% de municípios vizinhos – dados de 2009. Outra constatação é que75% deles são de baixa renda.
“A Faculdade tem contribuído para qualificar pessoas para o mercado de trabalho do município e da região, ampliando assim a perspectiva de ascensão social de nossa comunidade.”
Na Feuc são oferecidos cursos de graduação e pós-graduação reconhecidos pelo Conselho Estadual de São Paulo e desenvolve atividades de pesquisa e extensão à comunidade como o projeto de judô, coordenado pelo professor Ricardo Avelino; o projeto Geração Ativa, em parceria com a Secretaria de Saúde, coordenado pelo professor Márcio Pereira da Silva; o projeto de atividades esportivas, em parceria com o Departamento de Esportes e Cultura (Dec), com monitores da Feuc; e também o Projeto Educar, coordenado pelo aluno Laércio de Ciências Biológicas e ex-alunos do projeto.

Campanha
O Diretório Acadêmico XV de Agosto da Faculdade Euclides da Cunha (Feuc) lançou uma campanha para arrecadar alimentos não perecíveis para as famílias vítimas das fortes chuvas da semana passada, os interessados em contribuir com a iniciativa podem levar donativos a uma das três unidades da Feuc no horário das 18 às 22 horas.

Feuc debate a liberdade nos meios de comunicação


Alunos de História da Feuc durante debate sobre a liberdade e o compromisso da imprensa com a verdade

Alunos do curso de História da Faculdade Euclides da Cunha (Feuc) participaram na noite de terça-feira, 3, do debate sobre o compromisso da imprensa com a verdade e o preço que se paga pela liberdade. O evento coordenado pelo Departamento de História foi aconteceu no Salão de Eventos da instituição. Estava inserido na programação anual de atividades do curso que, segundo os organizadores, contribui para a formação profissional do aluno. Participaram da mesa, o jornalista Pedro Baizi, o editor da Gazeta do Rio Pardo, Gilmar Ishikwa e o editor do jornal da Silva, Miguel Paião.
O ponto de partida das discussões foi o filme “Boa noite e boa sorte” do diretor George Clooney, película em preto e branco lançado em 2005. A obra mostra o drama do jornalista Edward R. Morrow (David Strathairn), um âncora de TV que, em plena era do macarthismo, luta para mostrar em seu jornal os dois lados da questão. Para tanto ele revela as táticas e mentiras usadas pelo senador Joseph McCarthy em sua caça aos supostos comunistas. O senador, por sua vez, tenta intimidar Morrow ao invés de usar o direito de resposta por ele oferecido em seu jornal, iniciando um grande confronto público que trará conseqüências à recém implantada TV nos Estados Unidos.

Macarthismo
No início dos anos cinqüenta o senador republicano Joseph McCarthy foi encarregado de presidir a Comissão de Atividades Antiamericanas do Senado. Tinha a responsabilidade de identificar e punir todos aqueles que, em território norte-americano, flertassem com o comunismo. Para tornar efetiva sua “caça as bruxas” McCarthy lançou mão de um aparato eficaz persuasão. A indústria cultural.

Profissionais receberão instrução para o início da quimioterapia em Rio Pardo

A previsão é que os trabalhos de capacitação dos profissionais da saúde deverá ocorrer até dia 20 deste mês o 
O secretário municipal de Saúde, Waldemar Feltran Júnior informou na manhã de quinta-feira, 5, que o serviço de quimioterapia de São José do Rio Pardo deverá entrar em operação ainda este mês.
Inicialmente, serão atendidas as portadoras de câncer de mama. Calcula-se que 12 pacientes receberão atendimento. Com o serviço desenvolvendo-se satisfatoriamente, outras formas da doença deverão receber tratamento quimioterápico na cidade.
A Dra. Silvia Santiago, coordenadora de Medicina Preventiva da Unicamp, confirmou que os profissionais rio-pardenses que formarão a equipe de funcionamento do serviço receberão instrução intensiva entre os dias 16 e 20, já numa segunda fase de capacitação intensiva da equipe ambulatorial. São sete profissionais, da prefeitura e da Santa Casa, entre técnicos de enfermagem, enfermeira, farmacêuticos e técnicos de segurança.
Na mesma oportunidade, será feita a divisão de atividades entre o Hospital de Clínicas da Unicamp e o Centro de Atendimento Integral à Saúde da Mulher.
O serviço de quimioterapia de São José é uma antiga aspiração de rio-pardenses que se submetem, testemunham e atendem pacientes que fazem grandes sacrifícios para serem atendidos em outras cidades. Vêm trabalhando para sua instalação a Prefeitura, a Santa Casa, o Projeto Renascer e a DRS-14, da Secretaria de Saúde do estado.

Aposentados e pensionistas sem direito à paridade tiveram 5,92% de reajuste

Os pensionistas sem direito à paridade receberão em março 5,92% de reajuste referente ao mês de fevereiro. Esse valor, no entanto, só vale para os beneficiados após 20 de fevereiro de 2004.
Segundo Fabiano Boaro de Sousa, Diretor do Instituto Municipal de Previdência (IMP), com a promulgação da Lei 11.784/08, os pensionistas sem direito à paridade tiveram os índices desvinculados da Prefeitura e, com isso, passaram a receber os mesmos reajustes do INSS, que esse ano foi de 5,92%. Para ele, a medida poderá causar confusão entre os que adquiriram a pensão até 20 de fevereiro de 2004 e os que receberam depois desta data.
“Quem tem direito à paridade, deixará de receber os 5,92% em março, mas em maio, data-base do funcionalismo rio-pardense, poderá ter um reajuste maior ou menor ao do INSS – o índice dependerá do executivo local”, explicou ele.
As regras foram estabelecidas a partir da publicação da Medida Provisória 167/2004 e da Lei 10.887/2004, que diz que os beneficiários de servidores falecidos após 20 de fevereiro de 2004 com direito a receber a pensão mensal deixaram de ter acesso à paridade, fazendo jus apenas aos reajustes concedidos de acordo com o INSS. Ou seja, antes da promulgação da lei, todos tinham direito aos mesmos reajustes, enquadramentos, reclassificações, abonos e gratificações dos funcionários da ativa.
Porém, Fabiano ressaltou que no caso das pensões, há paridade somente em duas situações: ex-servidores falecidos até o dia 20 de fevereiro de 2004, e ex-servidores que foram aposentados pelo Artigo 3º da Emenda Constitucional nº 47/2005. Assim, o beneficiário (a) que não se enquadrar em uma dessas regras não terá direito a ela.
Já no caso dos aposentados terá direito a esse reajuste de 5,92% todos os casos onde o benefício foi concedido pela média dos salários de contribuição, de acordo com o disposto no art. 1º da Lei nº. 10887/2004.

Liga Sanjoanense promove reciclagem de árbitros de voleibol


Curso foi realizado nos dias 27 e 28 de fevereiro na Câmara de Rio Pardo

A Liga Sanjoanense de Desportos realizou nos dias 27 e 28 de fevereiro, em Rio Pardo, a reciclagem de voleibol para árbitros e apontadoras cadastrados na entidade. O curso foi ministrado por José Antônio de Carvalho.
De acordo com os organizadores, o evento foi dividido em duas etapas: teórica na Câmara Municipal e a aula prática no Ginásio Municipal de Esportes. Mais de 30 pessoas participaram das atividades.
Segundo o árbitro rio-pardense Rinaldo Farah Ortega, os participantes elogiaram a iniciativa da Liga em promover um evento esclarecedor.
“Esta reciclagem foi uma das melhores que participei até hoje. Sou amigo do Carvalho e conheço o seu profissionalismo e competência, por isso para mim não foi surpresa nenhuma. Mas importante foi que todos saírem contentes, e o exemplo da Liga Sanjoanense, em reciclar anualmente seus árbitros e apontadoras, deveria ser seguido por todas as entidades, qualquer que seja a modalidade, pois só engrandece o nosso esporte”, disse Ortega.

Secretaria de Esporte
No próximo dia 7, também será realizada no Conjunto Desportivo “Baby Barioni”, em São Paulo, a reciclagem, obrigatória, de voleibol da Secretaria de Esporte, Lazer e Turismo do Estado de São Paulo, ministrada pelo árbitro internacional Alfio Sacchi Filho.
Esta reciclagem será, exclusivamente, para árbitros da modalidade já cadastrados na SELT. Os rio-pardenses Rinaldo Farah Ortega e Fernanda Missura estarão presentes ao evento.

Dia Internacional da Mulher terá homenagens na Câmara

Na noite do próximo dia 10, a Câmara Municipal comemorará o Dia Internacional da Mulher (8 de março), promovendo solenidade especial após a sessão ordinária.
A convidada para a homenagem é Arabella Junqueira Della Torre Santurbano (Belita), que entre outras atividades comunitárias foi presidente do Serviço de Obras Sociais (SOS) por 8 anos (entre 2001 e 2008), como esposa do então prefeito João Santurbano.
A homenagem pelo Dia da Mulher foi instituída na Câmara por resolução em 2005, na gestão do presidente Reinaldo Milan, mas data de 2004 a primeira homenagem, prestada à senhora Irma Furlan Galeazzo.
Na seqüência, foram homenageadas: Maria Tereza Guimarães Calicchio (2005), e as ex-presidentes do SOS Maria Helena Fernandes Amato (2006), Eliana N. Z. Merli Giantomassi (2007) e Vera Lúcia Gonçalves Torres (2008). (Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal) 

Prefeitos da região extinguem EPIR


O sonho de reciclar todo lixo produzido na região, definitivamente acabou. Na tarde de terça-feira, 3, prefeitos e representantes do consórcio intermunicipal que recebeu o nome de Empresa Pública Intermunicipal de Gestão de Resíduos (EPIR) decidiram extinguir o que nunca funcionou. 
Criada em 1993 com auspício de um salto de qualidade na região em questão ambiental, pois solucionaria grande parte dos problemas dos lixões e dos aterros sanitários das seis cidades envolvidas (São José do Rio Pardo, Tapiratiba, Divinolândia, Caconde, São Sebastião da Grama e Itobi) e, ainda, com a vantagem de reciclar o material recolhido fazendo com que a EPIR se torna-se auto-sustentável. A empresa foi erguida na rodovia SP 350, nos limites dos municípios de São José do Rio Pardo com Tapiratiba. 
Mas, a falta de zelo pelas administrações públicas ao longo dos anos fez com que o trabalho fosse perdido e o material e maquinários roubados – um verdadeiro descaso com o dinheiro público.
A reunião de extinção da EPIR aconteceu na mesma sala de reuniões da prefeitura onde fora criada pelo então prefeito rio-pardense Luís Antonio Giantomassi. Agora, cada município irá contribuir com R$ 3,5 mil reais para quitar as dívidas da empresa. 
Compareceram à reunião os prefeitos João Luis Cunha, João Carlos de Oliveira (Tapiratiba), João Sebastião de Almeida, Ico, de Divinolândia, Emílio Bizon Neto de São Sebastião da Grama. E ainda o próprio diretor atual da EPIR, Nelson Luiz de Souza, Ka, de Tapiratiba, e o diretor jurídico de Itobi, Rodrigo Morina, que representou o prefeito Alexandre Toríbio, além de assessores dos prefeitos presentes.

Carta do Leitor discute salário dos vereadores

VEREADORES DEVEM SER REMUNERADOS?

Fomos indagados por esse jornal sobre a remuneração ou não de um vereador!
Cabem aqui, dois pontos a serem analisados, para os quais, muitos vereadores não atentam:
1 - trabalho de um vereador tem como principio a representatividade de uma comunidade da qual o mesmo se torna o seu porta voz e, portanto, entende-se por isso que o seu trabalho seja um trabalho voluntário e sem remuneração.
2 - Seu compromisso primordial é com sua comunidade e não com seu partido!
Se algum vereador entende que esse cargo atrapalha o seu desempenho na sua vida profissional e pessoal, deverá então abrir mão dessa representatividade e se dedicar à sua profissão e não, exigir que um trabalho voluntário se torne um trabalho remunerado!
Essa é uma grande distorção cometida ao longo dos anos. 
Na europa e nos EUA, o trabalho voluntário é uma prática extremamente comum, como foi aqui no passado, nas Câmaras Municipais dos anos 60 e 70 onde pessoas como o Dr. João Batista Ribeiro de Lima, Dr. Lauro Restiffe, o Prof. Marcio Jose Lauria, dedicavam parte de seu tempo à comunidade, quando eleitos, participando do corpo de vereadores da cidade. 
Ainda sobre ser voluntário, recebi em minha residência uma estudante alemã que esse ano, após concluir o curso colegial, prestará serviço comunitário em sua cidade, trabalhando em um Hospital Psiquiátrico durante 8 horas por dia durante todo ano de 2009. Essa é uma forma de retribuir à sociedade alemã os gastos do governo com sua formação. Somente após um ano, ela irá prosseguir com seus estudos, já no nível Universitário. Impressionante que eles não vêem nisso um empecilho, mas uma forma justa de melhorar a sua sociedade que tanto as ajudou, fazendo desse trabalho comunitário um motivo de orgulho em suas vidas!
Prestamos serviços voluntários durante dois anos na ACI, eleitos que fomos para tal entidade, com jornada diária de 1 hora e reuniões semanais sem que recebêssemos por isso. Alguns colegas que não dispunham desse tempo acabaram se afastando, mas jamais solicitaram uma remuneração em troca de ficarem no cargo. A mesma coisa aconteceu em um Clube da cidade ao qual nos dedicamos durante um ano. Se não pudéssemos, não o faríamos, mas jamais discutiríamos sobre remuneração, pois isso foge totalmente aos princípios das entidades em questão.
Existem pessoas querendo prestar serviço à comunidade e sem remuneração, mas o que os impede, os desanima é a corrente prática eleitoral de nosso país, totalmente distorcida e viciada como, por exemplo, o voto obrigatório, que aumenta e muito o eleitorado que vota segundo seus interesses e não os interesses da comunidade.
Por que isso mudou?
Vereadores se perpetuam e se aposentam. Por quê? Simples.
Vereadores elegem prefeitos, vereadores e prefeitos elegem deputados estaduais, os últimos elegem deputados federais e senadores e o que deveria ser voluntário se torna uma política partidária viciada, recheada de interesses que nada tem a ver com o verdadeiro trabalho comunitário. 
Todo político que se perpetua no cargo, tem na sua vaidade uma das piores deficiências do ser humano, e num livro de um grande humanista “Deficiências e Propensões do Ser Humano” temos uma perfeita definição desta grande distorção no comportamento humano: “... A vaidade se resume na jactância, que se revela não só na palavra, mas também na atitude e na expressão. É uma névoa psicológica que obscurece a mente, impedindo de ver e sentir honestamente a justa medida do próprio conceito. Quem vive cegado por esta falha não concebe para si a modéstia, antípoda da vaidade, mas lhe agrada, isso sim, que os demais sejam modestos e, ademais, estejam dispostos a suportar sua vanglória.”
(Definição de jactância = bazófia, ostentação, vanglória, arrogância, atitude presunçosa). 
O trabalho de um vereador deve ser voluntário e jamais permanente.
Essa é uma forma de melhorarmos nossa comunidade, com experiências trazidas por diversos membros da mesma para assim se fortalecer. Perpetuar-se no cargo e exigir remuneração dele, é fazer do trabalho voluntário, tão nobre em seu conceito, um fim menor que não aquele que o próprio nome já diz.

Armando Favoretto Junior - é rio-pardense e empresário


AINDA SOBRE OS VEREADORES...
Com relação ao já bastante comentado assunto do reajuste do salário dos vereadores do nosso município, creio que algumas observações também devam entrar na discussão, para que não se perca o foco e apenas na discussão financeira: 
a - A realidade social do nosso país e do nosso município permite que tenhamos esse tipo de aumento tão desproporcional sem qualquer avaliação mais séria a respeito, por exemplo, de onde vem o dinheiro? Não há outras necessidades mais urgentes e críticas do que essa? Quem paga a conta, ou seja, nós contribuintes, fomos questionados para concordar ou não com essa proposta?
b - Qual o critério usado para se chegar a esse valor? Existe realmente uma 
justificativa, ou motivo realmente justo e coerente para isso ou trata-se somente de mais um (des)caso de legislação em causa própria?
c - A vereança é um emprego ou uma livre opção de qualquer cidadão que queira 
contribuir com seu conhecimento, experiência e disponibilidade para a coletividade?
d - Se for emprego, tem que haver, antes de tudo, regras bem claras como em qualquer emprego, pois um cargo dessa natureza não pode ficar a mercê do livre-arbítrio dos vereadores em detrimento dos interesses maiores da coletividade.
e - Até os anos 60, em uma época em que nosso país cresceu muito, os vereadores não recebiam qualquer provendo, então por quê não se votar pela não remuneração dos vereadores. Assim, só se candidataria quem realmente pode e quer contribuir para o progresso e bem-estar do município, sem buscar uma fonte de renda.
Além disso, é necessário modificar a atual legislação eleitoral e colocar certos limites para todos os cargos eletivos, como aumento da idade mínima, obrigatoriedade de formação superior, ausência de problemas na justiça e com o fisco mesmo sem condenação definitiva, uso de funcionários de carreira do próprio legislativo ao invés de contratação de assessores (parentes, cabos eleitorais, etc). Está aí uma ótima oportunidade para esse jornal e para nossa cidade iniciar uma grande campanha cívica!
Espero ter contribuído com esse importante debate e a melhoria da nossa 
cidade.

Waldemar J. Michelutti - waldemarjm@uol.com.br

Reminiscências

No terraço da pueril juventude...
Vida breve nos olhos já cansados...
Tons de sorriso das lembranças e 
os sabores de cumplicidade.
Todo viço de vida que tange as 
andanças em um rumo de passos, 
deixando rastros de uma matéria 
cada vez mais intensa e frágil. 
No tempo onde a vaidade persegue
o sentimento, rouba olhares ingênuos,
gestos de afeição e a virtude do eu
menino que tivera antes... 
Posto que o tempo é visto como a
consumação de todas as lealdades...
Em um olhar atento, compreende-se 
que a vida é um absorto de olhares
em vão no meio de tantas vaidades...
No espelho vê a alma despojada do
pecado original!
Da cumplicidade à vaidade há um
lugar para o vício da morte, onde o
pêndulo tem a força dos tempos da 
nobre inocência.
Dentro de um contemplar percebe-se 
que os nortes se convergem na mesma 
porta de outras matérias vivas e 
errantes.

Adriano-José

A informação na era tecnológica


Marcelo Augusto da Silva

Durante muito tempo a mídia - TV, rádio e jornal impresso - influi diretamente na opinião dos telespectadores que aceitam como verdadeiras todas as notícias que são divulgadas. Muitas vezes, esses meios de comunicação têm como responsabilidade apenas transmitir a notícia, nunca estimular a crítica nem tampouco o debate.
Geralmente estão ligados a grupos empresariais ou políticos e até mesmos a países estrangeiros, os quais financiam em grande parte essas empresas de comunicação; ou então são favoráveis por simpatia, conveniência, interesse e em muitos casos por possuírem a mesma ideologia. Sendo assim “mascaram” a veracidade dos fatos ou então os deturpam, transmitindo-os da maneira mais conveniente a eles.
Com o advento da tecnologia, da globalização e da popularização dos equipamentos eletrônicos, os acontecimentos são divulgados praticamente de forma instantânea para todo o mundo, contrário de alguns anos que levava certo tempo a atingir determinados lugares ou pessoas. Essa revolução na comunicação deu a chance para um maior número de pessoas possuírem o acesso à informação favorecendo o ingresso num mundo com uma ampla variedade de opções de noticiários.
Enquanto a televisão e os jornais colocam os profissionais da comunicação no cabresto, e moldam a opinião dos seus seguidores, a internet abriu as portas para uma nova forma de pensamento e disseminou a verdadeira liberdade de expressão. Através de portais e sites, o jornalismo e os seus profissionais encontraram um meio de poder divulgar as notícias da maneira como elas são, sem máscaras e nem de forma encoberta, e ainda com um enfoque imparcial, tendo agora a oportunidade de se desdobrar para uma análise mais profunda.
Numa fase mais recente os blogs invadiram a internet e proliferou a rede de informações independentes, com comentários precisos e livres de qualquer influência, sobre acontecimentos gerais. Isso possibilitou a manifestação do pensamento de cada indivíduo e a oportunidade de divulgação de fatos, principalmente políticos, com outro enfoque ou então sem nenhum controle.
Na atual era da globalização e da propagação do acesso à internet que vivemos isso representa em grandioso avanço no que diz respeito à informação. Essa é a possibilidade de poder ter contato com os fatos da maneira como eles são. É provável que esse processo de evolução na comunicação não agrade a muitos - embora ele seja lento para que ele atinja a todos - mas aqueles que dominam o pensamento e manipulam os expectadores e leitores sentirão a falta de ludibriá-los com suas “verdades mentirosas”. 

A regra só vale pro outro


Rafael Kocian – professor de Educação Física

Em uma partida esportiva é interessante observar as reações e comportamentos dos participantes, aliás, o esporte é um prato cheio para emoções e sentimentos. Conforme o jogo vai traçando seus rumos os participantes vão mudando de expressão, de sentimento e de comportamento.
O “fair play” é uma postura que deveria ser adotada do início ao fim de qualquer partida, ou seja, o jogo limpo deveria valer do apito inicial ao final, mas tenho notado que isso tem sido uma prática que só ocorre se o time estiver em vantagem.
Enquanto está tudo empatado ou ganhando, o time faz a política de devolver a posse de bola que foi colocada para fora por motivo de contusão de algum jogador, agora se estiver perdendo esqueça isso, a posse de bola é interessante a ser mantida. Enquanto o árbitro erra a meu favor tudo bem, agora se o erro foi pra beneficiar o adversário é melhor protestar, xingar e dizer que tudo é manipulado.
Se o atacante da minha equipe se joga na área pedindo pênalti, eu me calo e até reclamo. Se for o adversário se joga na minha área e pede pênalti, eu protesto, brigo e falo mal do atleta. Parece-me que cada vez mais a regra só tem que valer pra um lado só. O perigo disso é que isso tem ido além dos campos esportivos.
Cobramos a postura correta dos nossos irmãos, até os denunciamos para nossos pais quando fazem algo errado. Quando eu provoco algo errado, imploro para que não conte e guarde segredo.
Cumprir o que diz a lei é só enquanto estávamos na oposição. Quando nos tornamos governantes, esquecemos da lei. O nepotismo não vale para os outros, pra mim, pra minha esposa e meus filhos vale. As licitações com fraude só devem ser punidas em mandatos posteriores ou anteriores, no meu mandato ta valendo. Fiscalizar então, enquanto me interessa pesquiso tudo, a partir do momento que é contra meus interesses, melhor deixar quieto.
Na minha cidade, São José do Rio Pardo, os vereadores derrubaram o aumento salarial dos secretários municipais de R$ 6 mil para R$ 3,2 mil. Aplaudi a realização e concordo que o valor é elevado para a cidade, interessante é que os vereadores receberam um aumento bem maior que os índices inflacionários e, atualmente, recebem R$ 3,7 mil. Será que o raciocínio só vale para os secretários? Será que a regra do jogo só vale para o time A, pro B não?
Pois é, me pergunto o que é moral e o que é ética? Isso tem validade ou contexto? Ou pode ser alterado de acordo com a situação, ou melhor, com o meu interesse. Vale a pena pensar.

Douglas Adams, é impossível não rir de seus livros


Carol Ortiz 
cacal.ortiz@hotmail.com

Esse é um ator que, apesar de já ter falecido, continua e continuará sempre atual. Para começar, ele escreveu O guia do mochileiro das Galáxias, que ficou famoso no mundo todo desde os anos 60/70 quando virou série de TV e filme. Essa história totalmente nonsense se transformou em uma “trilogia” de quatro livros, todos com o mesmo nível de humor inteligente, que fala sobre física, existência, situações absurdas, muitos alienígenas e muito mais.
Em todos seus livros o famoso atrapalhado terráqueo Arthur Dent e seu amigo extraterrestre completamente maluco e louco por cerveja, Ford Perfect, enfrentam situações bizarras por todos os cantos do universo após a destruição do planeta Terra por um tipo de Ets absurdamente burocráticos, os Vogons, para a construção de uma estrada interplanetária. 
Eis aí um ponto importante na literatura de Adams: debochar ao máximo da natureza humana, extraindo a essência de situações ridículas e nem sempre tão úteis como o excesso da burocracia para tudo.
O guia do mochileiro tem a continuação no livro “O restaurante no fim do Universo”, história em que nossos heróis sentem a primitiva sensação necessária para a sobrevivência, a fome, e param num restaurante no extremo do Universo em que é possível degustar os mais fantásticos pratos alienígenas assistindo ao processo contínuo da criação, isto é, o Big Bang.
Logo após essa obra, vem a história de A vida, o universo e tudo mais em que Arthur, após passar cinco anos abandonado na Terra Pré-Histórica, tem que salvar o Universo dos terríveis robôs xenófobos de Krikkit (uma verdadeira paródia sobre a atual sociedade e suas lutas raciais ).
Até mais e obrigado pelos peixes!, traz Arthur e Ford novamente no planeta Terra. Mas, ele não tinha sido destruído? Pois é, será que Einsten teria razão na possibilidade da viagem no tempo ou será que há um Criador que faz tudo possível? Quando chegam na Terra percebem que tudo está absolutamente normal, exceto o misterioso desaparecimento dos golfinhos (que, segundo os livros anteriores, é a forma de vida mais inteligente de nosso planeta). O título dessa obra é o grande enigma desse livro: o que será que os golfinhos queriam dizer quando deixaram essa mensagem para a humanidade?
Esse título também traz uma passagem engraçadíssima (que, talvez seja a mais absurda de todos os livros do autor). Nossos heróis vão buscar a mensagem do Criador do Universo para suas criaturas em um longínquo planeta do universo. Mas, quando chegam lá, dão de cara com um longo caminho de pedras e areia em que muitos camelôs intergalácticos vendem souvenires para os inúmeros “turistas” que visitam o local. É simplesmente hilário.
Depois de todos esses sucessos, Adams escreveu Praticamente Inofensiva, que, apesar de não ser uma seqüência propriamente dita da série, apresenta os mesmos personagens com a mesma temática: debochar de tudo. Leiam!

Eu e o Futebol: Chico Capuano


Emílio Antônio Duva

Ele era um misto de rio-pardense e paulistano. Amava o Piloto, assim como o Juventus. Admirador de árias napolitanas, igualmente de sambas de breque.
O futebol local perde um dirigente, a arquibancada, já vazia, desfalca-se de um torcedor.
Estamos falando de Francisco Capuano Alexandre, o popular e respeitado Chico Capuano. Quantas vezes tomamos cafezinho juntos na Conselheiro Furtado; inúmeras vezes, vários copos plásticos de chopps na rua Javari. Em minha residência ouvíamos Pavarotti e terminávamos com Germano Matias na latinha de pomada para lustrar sapatos.
Certa vez, trouxe de São Paulo um advogado famoso nas lides advocatícias - homem de rádio e televisão - veio para defender o Piloto de uma questão desportiva, nada mais nada menos que Dr. João Batista Zanforlim, para deleite até dos seus adversários.
O primeiro contato que tive com Chico Capuano foi num campo de futebol. Num domingo, na Fazenda Serra, num clássico Serra x Rancho do Leão.
Disseram-me, os colegas, para que não descesse muito em apoio ao ataque, pois o time “da fazenda” tinha um médio (sim senhor) volante baixinho que sabia parar os avanços por aquele lado. Ele, uns 15 anos mais rodados do que eu, não me causou medo. Mas, foi só a bola rolar que ele mostrou sua categoria.
Fiquei na minha, lá atrás, contemplando suas gingas e liderança no meio campo. Grande Chico.
Idealizou e evolucionou o futebol rio-pardense com o seu Piloto. Organizou tudo pelo amor àquele clube. Sucessivos títulos conquistados.
Já cansado pela ampulheta do tempo – implacável – volta a administrar o seu recanto aprazível. Sendo ali o seu derradeiro tento de hora, caindo por terra num lance desumano, covarde e violento. Seus esforços não poderão ficar em vão. Sempre que o futebol, local, necessitar de uma força, agora não mais material, poderá recorrer em orações à alma do saudoso Chico. Incrustado de ternura e na doce lembrança dos nossos corações. Em nossos cantinhos de saudade.

Nota do autor: ao longo de alguns anos foram brutalmente assassinados ex-jogadores, cito: Mauro Cabeção, Guarani, anos 80; Marco Antônio Riul, Corinthians, anos 70; Del Vechio, Santos, anos 50 e 60; Décio, América RJ, campeão em 1960; Tião, Atlético MG, anos 70; Zimmerman, Santos, anos 80.

Prato do Dia: Lagarto com milho verde


Odair Corsini
odaircorsini@ig.com.br







Ingredientes
01 peça de lagarto
200 g cogumelo fatiado
400 g creme de leite
400 g milho verde
200 ml de suco de laranja
01 cebola picada
04 dentes de alho picados
01 colher (sobremesa) manteiga
03 ramos de alecrim
Sal e pimenta branca a gosto.

Modo de preparo
Assar em panela o lagarto já temperado com sal e pimenta branca.
Depois de assado, fatiar e reserve.
Puxe na manteiga a cebola e o alho até murchar.
Junte o milho verde e o cogumelo deixe cozinhar até secar.
Na panela que foi assado o lagarto, coloque o suco de laranja, o creme de
leite, o alecrim e deixe ferver ligeiramente.
Montar a travessa de serviço colocando o lagarto, em seguida, por cima dele coloque o molho, e depois o refogado de milho e o cogumelo.

Momento Espírita: Peter Pan e a responsabilidade

Grupo Espírita Hilário Silva

O escocês J.M. Barrie criou, por volta do ano de 1902, o seu personagem Peter Pan, representando uma criança que não desejava crescer. A temática envolvendo o jovem Pan está sobretudo na questão de evitar os desconfortos da vida adulta, as re sponsabilidades, os sofrimentos. A chamada síndrome de Peter Pan tornou-se um termo psiquiátrico usado para descrever um adulto que receia os comprometimentos, e se recusa a agir conforme sua idade, a amadurecer. Responsabilidade é uma palavra que dói, só de dizer, só de pensar, para muitos jovens nesses dias.
Tudo parece mais leve, mais fácil, quando nos abrigamos na terra do sonho, ou na terra do nunca, usando da localização criada pelo pai de Pan, Barrie.
Compromissos são pesados, exigem isso, exigem aquilo. Por isso, é melhor não tê-los - pensam muitos. Amadurecimento parece sinônimo de tristeza, de prisão.
Não há nada de mal em querer manter viva a sua porção criança, sua alma juvenil e sonhadora. A alma dos planos, da imaginação fértil, da criatividade - tudo isso é muito bom.
Porém, o exagero, a falta de encarar a vida como uma responsabilidade séria, poderá trazer muitos prejuízos ao Espírito em desenvolvimento.
Por que ter medo da responsabilidade? Do compromisso? São leis da natureza - caminhos necessários da vida. E a responsabilidade não precisa ser vista como algo pesado, penoso, que cerceia nossa liberdade. Pelo contrário: quanto mais responsáveis somos, e cumpridores de nossos deveres, mais livres seremos. Ser responsável é poder responder pelas próprias ações. É poder justificar as razões dos próprios atos. Assim, é da lei natural.
Fugir da responsabilidade é fugir da vida, das Leis Divinas.
É como se ousássemos dizer, em determinada manhã: Hoje não serei influenciado pela força da gravidade!
Não há como escapar. a falta de responsabilidade aqui gera ali, pela lei universal de causa e efeito, o compromisso de reparação, de ajuste, de acerto.
Assim, a fuga é apenas temporária, a responsabilidade apenas postergada, e novos comprometimentos adquiridos. Muitos deles, inclusive, que não seriam necessários.
Em função de tudo isso perguntaríamos aos que clamam a liberdade sem responsabilidade: de que adianta fugir? De que adianta postergar?
A vida adulta não precisa ser encarada com esse cenho carregado, com essa seriedade sisuda, cabisbaixa, amarga. Nossa porção criança - não a que não deseja crescer, mas a que não deseja amargar - sempre nos auxiliará a enxergar os acontecimentos sob o lado bom dos mesmos. Ela nos trará o humor saudável, a leveza nos relacionamentos com os outros, o coração aberto, sem as máculas dos preconceitos, o sorriso constante de gratidão pela oportunidade de viver.
Que possamos levar, da figura simpática de Peter Pan, a leveza de seus voos, da porção criança que nos ajuda a nunca desistir dos sonhos almejados.
Que possamos carregar em nós a criança que deseja crescer sim, em seu tempo, sem pressa, aproveitando cada fase da vida com tudo que tem a nos conceder de melhor.

“Cidade abacial”... quem sabe logo, “cidade eminentíssima”....


Dom Abade Paulo Celso Demartini O. Cist., Abade eleito


Caríssimos amigos e irmãos em Cristo!
BENEDICITE!
Que semana abençoada!
Em menos de três dias dois de nossos monges rio-pardenses são chamados a servir a Deus e a sua Santa Igreja em ministérios de grande responsabilidade.
Em apenas três dias duas grandes notícias. Dois filhos desta terra de São José do Rio Pardo, ambos nascidos não longe do mosteiro, recebem missões na Igreja: Dom Orani foi eleito Arcebispo do Rio, futuro cardeal, e eu fui eleito como 3º Abade do Mosteiro!
Por isso que antecipadamente se pode dizer cidade “eminentíssima”, pois eminência é o pronome de tratamento para os cardeais. Esperamos que no próximo consistório Dom Orani seja nomeado cardeal, pois o Rio de Janeiro sempre foi sede cardinalícia. Um dos famosos cardeais cariocas foi o cardeal Sebastião Leme, natural de Espírito Santo do Pinhal, cidade que é de nossa Diocese de São João da Boa Vista.
Disse cidade abacial pois é minha terra natal, onde está a Abadia. Sempre vivi à sombra do mosteiro. Nasci num sítio, mas meus avós e tios moravam perto do mosteiro e acompanharam a vida dos cistercienses desde 1949. Algumas tias ainda residem perto do mosteiro e são até oblatas seculares, bem como minha mãe e minha irmã.
Quanta delicadeza de Deus! Não merecemos!
Devo tudo a Dom Orani. Foi ele quem me ajudou no processo de minha vocação monástica e me acompanhou em todas as etapas de minha vida de monge e sacerdote. Eu o escolhi como meu padrinho de Crisma, mas na época o Prior pediu que escolhesse um leigo. Assim, escolhi Dr. Heber Fontão, esposo da D. Lourdinha Fontão, que profetizou que o “menino” Orani seria Bispo e Papa.
Fui eleito dia 24 de fevereiro como 3° Abade do Mosteiro Cisterciense de São José do Rio Pardo. O Capítulo foi sereno, como sempre se fala que é “auditório do Espírito Santo”
Dou graças a Deus por fazer parte da Ordem Cisterciense. Neste meu ano Jubilar (completei 25 anos de Profissão Monástica em 26/01/2009) vejo o carinho de Deus Pai. Foram necessárias tantas podas, crises, exílios, mas tudo visto à luz da fé foi uma bênção.
Eu e todos os monges nos colocamos à disposição de todos, unidos pela oração.
A Bênção Abacial será dia 19 de março, Solenidade de São José, numa quinta-feira, mas é feriado em nossa cidade. Será às 10h00 da manhã. A celebração será presidida pelo Bispo Diocesano Dom David e a homilia e a oração da Bênção será proferida pelo Abade Geral da Ordem Cisterciense Dom Mauro Esteva. Estarão presentes os meus dois Abades predecessores: Dom Edmilson (de quem fui prior por 10 anos) – atual Bispo de Barretos e Dom Orani (de quem fui vice-prior – nomeado Arcebispo do Rio pelo papa dia 27, dois dias depois de minha eleição.
Faço questão da presença de todos.
Meu lema abacial é “pius pater”, “pai amoroso, piedoso” tirado do Prólogo da Regra de São Bento, versículo 1.
A posse de Dom Orani no Rio será dia 19 de abril, às 15h00, na Catedral Metropolitana.
Aqui o nosso agradecimento a Deus pelo amor com que tem tratado nosso mosteiro nesta semana.