Ano VI - Edição 104 - São José do Rio Pardo - SP - 31 de janeiro de 2009

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Editorial: Cem dias para o prefeito

Cem dias, esse é o tempo necessário para se avaliar com clareza os rumos da nova administração do município. Neste momento é prudente não tecer comentários sobre pessoas não por medo, apoio, ou qualquer tipo de simpatia, mas sim de conceder uma pequena linha de crédito para um grupo recém empossado e com pouca, ou quase nenhuma, experiência de administração pública.
O que pode ser bom, pois não estão contaminados com a política da atrofia – pelo menos é o que todos esperam.
Por hora, o que se tem ouvido são reclamações – tanto da oposição quanto do próprio grupo que concedeu apoio ao atual prefeito. Na Câmara, onde teoricamente o chefe do executivo teria apoio da maioria, na prática, tudo indica que não será bem assim. Tudo isso, somado à derrota do PSDB nas urnas nas eleições municipais de 2008 e as promessas de campanha do atual prefeito fez com que se criasse um aparente clima de instabilidade nos primeiros 30 dias de administração. Vale lembrar que o rompimento de oito anos de hegemonia tucana em São José foi algo significativo e criou-se um cenário onde o político eleito resolveria todos os problemas da cidade.
O rascunho disso tudo é que o atual grupo não tem tido a mesma habilidade para lidar com as intempéries administrativas, como teve durante o período eleitoral quando conseguiu diversos apoios.
Para se criar um clima estável, nos próximos trinta dias, a atual administração terá que remover algumas pedras pelo caminho. A primeira delas é dar solução à aplicabilidade; a segunda, assumir que neste momento, por cautela, ou não, os R$ 281 de aumento proposto em 2008 não serão possíveis de serem pagos aos servidores; o terceiro, rever alguns cargos de confiança e algumas nomeações; e o quarto, tirar o guarda municipal na porta da ante-sala do gabinete do prefeito, pois está ridículo.

DAE retira sete metros de lama da ETA central


Funcionário dentro do decantador removendo a lama com jato de água para sucção pelas bombas. Além da lama, sucata e madeira também foram encontradas em seu interior

Na tarde de quinta-feira, 29, o secretario de Obras, Marco Aurélio Feltran, recebeu a imprensa local para falar das medidas que vem sendo adotadas para o município, referente à sua pasta, nesses primeiros trinta dias.
Disse estar consciente dos problemas dos buracos nas ruas, mas, a quantidade de chuva dos últimos dias tem dificultado a realização dos trabalhos. “Estamos fazendo, quando pode, uma operação emergencial que será intensificada logo na primeira estiagem”.
Disse já ter identificado as causas que tem levado alguns bairros como o Jardim Margarida a ficarem sem água e que as medidas já estão sendo tomadas.
Comentou também que, devido a má qualidade do serviço realizado, a rotatória próximo a Faculdade de Educação Física, inaugurada no final de dezembro, será refeita. A empresa Pavidez, responsável pela execução da obra informou o secretário que irá refazer o trecho sem nenhum custo à Prefeitura.

Lama total
Caso lastimável foi às condições em que o Departamento de Água e Esgoto (DAE), ligado à Secretaria, encontrou o decantador de água da Estação de Tratamento Água (ETA) central da cidade localizado à rua Cel. Alípio Dias.
Segundo o secretário havia em seu interior, aproximadamente, sete metros de lama, isso sem contar pedaços de sucata e de madeira.
O descaso foi detectado no último domingo, 25, durante os trabalhos de limpeza do DAE. Como o procedimento não era feito há cerca de 18 anos, a grande quantidade de sujeira já comprometia a qualidade da água, para sua remoção foram necessários a mobilização de cerca de 20 pessoas, além da utilização de bombas apropriadas de sucção de grande porte.
“Dos nove metros de profundidade que possui o decantador, sete estavam tomados pela lama,”.
A operação resultou na retirada de aproximadamente 100 m3 de sujeira e desinfecção do equipamento. “Isso significa melhor qualidade da água, inclusive com a redução na quantidade de produtos químicos necessários para o seu tratamento”. 
Os trabalhos irão continuar neste final de semana. Neste sábado, 31, das 7h às 17h, haverá a limpeza de um dos três filtros da estação central. Os outros dois serão limpos nos dias 5 e 7 de fevereiro, respectivamente. 

Podre, poste de madeira deixa moradores preocupados


Perigo: Poste de Madeira na rua Frederico Henrique Torres

Moradores da rua Frederico Henrique Torres, no bairro Dr. João de Oliveira Machado, estão preocupados com estado de conservação do poste de iluminação pública, de madeira, fixada em frente ao número 188. Ele está com sua base praticamente comprometida, podre, em razão da ação do tempo.
Segundo o Reginaldo Capelari, professor e morador da rua, o poste é o único de madeira naquele trecho e precisa ser rapidamente removido. “O medo é que com esses temporais que tem caído o poste caia e cause uma tragédia. Já reclamamos, pedimos providências, mas até o momento não tivemos sequer resposta. Tomara que não seja necessário ocorrer o pior para que algo seja feito”, disse Capelari.


Vereadores aprovam abono de R$ 72, mas dizem que é pouco

Os vereadores tentaram ontem de manhã, em reunião de cerca de 4 horas com o prefeito João Cunha, mas não conseguiram aumentar o valor do abono e nem outro benefício imediato, por isso à noite em sessão extraordinária votaram o projeto de lei no valor inicialmente proposto.
O projeto nº 9 teve aprovação unânime, com o que a Prefeitura poderá pagar já neste final de semana o abono concedido, de R$ 72,37, aos servidores públicos municipais, estatutários, celetistas, contratados por tempo determinado, comissionados, aposentados e pensionistas. O texto ressalta que o abono “em nenhuma hipótese incorpora nem integra os vencimentos, salários, proventos e pensões, e sobre ele não incidirá qualquer vantagem”. Também foi aprovado projeto de lei da Câmara, concedendo por isonomia o mesmo abono a seus servidores.
Segundo Márcio Callegari Zanetti (PTB), em depoimento durante a discussão do projeto, o adiamento da votação solicitado na segunda–feira, dia 26, foi “uma tentativa de se conseguir um abono melhor, por isso fomos ao prefeito, ficamos reunidos com ele e seus assessores por quase quatro horas, mas não conseguimos convencê–los”. Zanetti disse que o prefeito alegou alguns fatores que o impediam de assim proceder, como por exemplo a crise econômica internacional, projetando uma queda de arrecadação do município.
“Mas voltaremos às nossas cobranças em reunião já marcada para o dia 16 de fevereiro, quando insistiremos na realização da promessa eleitoral feita de passar o piso do funcionalismo para um salário mínimo e meio, o que deveria ser feito conforme promessa eleitoral já neste mês de janeiro”, lembrou Márcio Zanetti, que informou estar falando pelos 6 vereadores eleitos pela coligação de João Cunha. “Independentemente disso, é nosso dever antes de mais nada buscar solucionar os problemas salariais do funcionalismo”, finalizou. O vereador Marco Antonio Gumieri Valério (PSDB) teceu comentários sobre os posicionamentos das entidades representativas do funcionalismo local e sobre a reunião da manhã, que mostrou a firmeza e a coesão de todos os vereadores. “Nosso objetivo continua, e vamos lutar diariamente para conseguir, principalmente na reunião do dia 16”. E elencou itens pinçados da campanha eleitoral do prefeito, alguns dos quais já fazem parte do esquema de reivindicações dos vereadores junto ao Executivo. A vereadora Rosângela Berti (PMDB) cumprimentou Márcio e Marco Gumieri pelos depoimentos, e reforçou o posicionamento favorável ao abono como tinha sido proposto. “Mas vamos continuar lutando sim por melhores valores a serem acrescidos aos salários do funcionalismo, para levar a um patamar digno e justo”. (Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal)

Tuga apresenta ônibus adaptado para deficiente

A empresa de transporte coletivo Tuga, apresentou à população rio-pardense um ônibus adaptado para facilitar o acesso e o transporte de deficientes físicos no município de São José do Rio Pardo. O veículo foi apresentado ao público na Praça Barão do Rio Branco, ao lado do Mercado Municipal, na manhã de segunda-feira, 26, com a presença do vice-prefeito José Carlos Zanetti e a presidente da Câmara Lúcia Helena Libânio da Cruz.
Em Guaxupé, a empresa implantou em um veículo parecido em cumprimento a uma lei Municipal de maio de 2006, que obriga as empresas que exploram o transporte coletivo, através de concessão pública, a implantar em seus veículos mecanismos capazes de assegurar o livre acesso de portadores de deficiência física. De acordo com a Lei, os mecanismos devem ser instalados em no mínimo 10% da frota das referidas empresas, cuja instalação deve ocorrer em pelo menos um veículo se o percentual mínimo estipulado não for atingido. Segundo a empresa, o investimento seria de aproximadamente R$ 150 mil.

Preparativos para a Filosofia em Debate já começaram


Professor Carlos Eugênio Alves

O mês e os dias ainda não foram definidos, mas sabe-se que a 4ª edição do Filosofia em Debate, este ano, será realizado em setembro ou outubro. A informação foi passada essa semana pelo professor Carlos Eugênio Alves – um dos organizadores do evento juntamente com Marli de Fátima Alves Silva e João Batista da Silva.
O professor disse estar otimista com a preparação do evento, que esse ano receberá apoio de novas empresas e também de uma universidade federal. “Isso indica que estamos no caminho certo”.
A Filosofia em Debate foi criada com objetivo certo: criar um espaço favorável para que as pessoas, sem amarras, possam pensar e refletir sobre o seu papel dentro de uma sociedade organizada – direitos e deveres - e ao mesmo tempo levar o indivíduo, a se tornar senhor de suas ações. Ela nasceu dentro de uma escola de ensino médio do estado, mas foi apresentada para toda sociedade, independente da idade.
A Primeira edição foi realizada no espaço cultural do Mercado Municipal. O professor explica ter sido um desafio. “Causou estranheza propor às pessoas mudança de mentalidade como forma de transformar teoria em prática de pensamento e também tomada de posição. Foi novidade e atingiu todos os segmentos da sociedade”. No segundo ano houve uma grande evolução, a Filosofia foi realizada na sede social do Rio Pardo Futebol Clube com participação maciça de estudantes e da população em geral. A terceira, em 2008, serviu para sacramentar o acontecimento colocando-o como parte dos eventos anuais do município. Comentando as dificuldades que tiveram nos primeiros anos, Eugênio disse que “a filosofia foi plantada em solo fértil e hoje podemos contar com os frutos, que são as pessoas”.

Dec e Rio Pardo assinam convênio para o basquete

Na quarta-feira, 28, foi firmado o convênio entre o Rio Pardo Futebol Clube e o Dec para a continuidade dos trabalhos do basquete. O convênio, a exemplo do que aconteceu em anos anteriores, é uma parceria entre as duas entidades para a participação das equipes de base em vários campeonatos e torneios durante o ano, tais como campeonato da
Associação Regional de Basquetebol no primeiro semestre para as equipes menores, servindo como preparação para uma possível participação na Série A2 da Federação Paulista na categoria adulto, no segundo semestre. Também visam à participação nos Jogos Abertos da Juventude e Jogos Regionais da Secretaria de Esportes e Lazer que são classificatórios para os Jogos Abertos do Interior.
Estiveram presentes à reunião, o diretor do DEC, Marlon Calegari da Silva, o Presidente do Rio Pardo, Alcino Pizani Junior, o Diretor de Esportes do Dec, Renato Tadeu Ortega (Rina) e os técnicos do Basquetebol do Rio Pardo, Emerson de Souza e Luiz Antonio de Souza Júnior.

Cancelamento de títulos de eleitor

A legislação eleitoral determina que o eleitor que deixar de comparecer a três eleições seguidas sem justificativa terá o seu Título Eleitoral cancelado. Para efeito desse cancelamento cada turno de uma mesma eleição é considerado em separado. Portanto, se o eleitor tinha uma ausência sem justificativa anterior e se no seu município ocorreram dois turnos na última eleição o seu Título Eleitoral pode estar cancelado.
No próximo dia 11 de fevereiro o cartório eleitoral irá afixar em seu quadro de aviso as relações de nomes dos eleitores nesta situação. O aviso deverá ficar no quadro por pelo menos dez dias. Os eleitores que constarem da relação tem até o dia 16 de abril para regularizar sua situação.
Segundo informações do Cartório, esse período é justamente para que o eleitor possa colocar a situação em dia perante a Justiça eleitoral.

Movimentos sociais marcham pela paz na 9ª edição do FSM


Com o tema Um Outro Mundo é Possível, a 9ª edição do Fórum Social Mundial (FSM), este ano realizado em Belém (PA), teve início na terça-feira, 27, com a marcha pela paz. A caminhada pelas ruas do centro da capital paraense reuniu representantes de povos e raças.
Durante os seis dias de sua realização, estão programadas plenárias, conferências, palestras, oficinas, eventos esportivos e culturais que vão abordar questões como Mudanças Climáticas, Soberania Popular e Integração Regional, Modelos Energéticos entre outros. Segundo a coordenação do evento, 150 mil pessoas devem participar das 2.400 atividades previstas. O Fórum já aconteceu em várias cidades do mundo, no Brasil as três primeiras versões foi em Porto Alegre (RS) e, pela primeira vez, ele está sendo na Amazônia.
 
De acordo com Aldalice Otterloo, da coordenação do Fórum, a intenção é que ele possa refletir em mudanças. “A idéia é construir processos interessantes e promissores que podem frutificar para além do FSM com os países intercambiando idéias que nos unificam e convergem para contribuir para o enfrentamento a esse modelo de desenvolvimento predador e violador dos direitos dos povos tradicionais”, afirmou Aldalice.
Sonia Cristina de Lima Ferreira, com 20 anos de movimento social e em seu terceiro Fórum, encampa a bandeira do movimento negro. “Só se discute política para os negros no centro-sul do Brasil. Na Amazônia nós somos vistos como os índios, mas queremos também políticas públicas para nós, para os negros da Amazônia”, cobra. 
A militante vê no FSM uma evolução dos movimentos sociais. “A gente não bate mais lata na rua, discutimos idéias. Agora nós sentamos, discutimos e negociamos.”

Loucos por Corrida participam da Volta ao Cristo em MG


Os corredores Alexandre Magno, Luís Carlos, José Roberto Lopes e Ronaldo Bueno

Os rio-pardenses da equipe Loucos por Corrida conseguiram bom desempenho em Poços de Caldas durante a 27ª edição da Volta ao Cristo – prova tradicional e de resistência.
A prova de aproximadamente 16Km, foi realizada na manhã do último domingo, 25, com saída às 9h de frente ao Campo do Caldense. É a terceira vez que os corredores Alexandre Magno, Luís Carlos de Oliveira, José Roberto Lopes e Ronaldo Bueno participando da competição. Luís Carlos, um dos atletas da equipe Loucos por Corrida, contou que só em 2008, além de Poços, eles estiveram participando de competições em Monte Belo, Americana, Porto Ferreira, Guaratinguetá, em São Paulo na São Silvestre, em São José do Rio Pardo e Espírito Santo do Pinhal.
Segundo o atleta, a equipe está preparada e poderia estar ainda melhor se houvesse patrocínio. “Estamos bem fisicamente e levamos o nome de São José do Rio Pardo por onde nós passamos. As últimas competições, com exceção de alguma ajuda, tivemos que bancar do bolso os gastos”.



Ave César, o Maluco


EMÍLIO ANTÔNIO DUVA

Minha prima Narciza (Vedovatto Pivato) já moça parte para São Paulo, juntamente com seus pais e irmãos nos idos dos anos 50. O Brasil chorava a perda da primeira Copa do Mundo em pleno Maracanã (RJ). Os E.U.A. nos assustavam e nos compensavam com suas invenções eletrodomésticas.
Narciza, com sua inteligência, logo se emprega na Editora Saraiva, e viaja o mundo. Lembro-me que importou, há muitos anos, uma TV em cores 40’’ (no Brasil ainda não captava o sistema PAL-M) com controle remoto, pacotes de malte e cereais (para a confecção de um bom scoth caseiro), filmadoras de imagens coloridas já portáteis, e muitas outras novidades que, representavam avanços tecnológicos da época. Aposentou-se naquela afamada e próspera empresa como gerente geral. 
Certa vez, quando convidada para ser madrinha de casamento, chegou alguns minutos antes do cerimonial. Em cinco minutos produziu-se. Retirou de sua bolsa unhas e sobrancelhas postiças, juntamente com uma exótica peruca à chanell. Sempre arrojada, dinâmica e inquieta. Ela reside na rua Aliança Liberal, na Lapa, São Paulo. E um vizinho chamado César Augusto da Silva Lemos, irmão de Caio Cambalhota e Luisinho Tombo. Nosso César tem a alcunha de César Maluco. Não é para menos.
Desde sua chegada ao Palmeiras, 1966, até o último clube que defendeu em 1980, só aprontou. Ele foi o pioneiro das comemorações fora do gramado. 
Os imponentes e seguros alambrados dos estádios eram poleiros banais para suas estripulias. Dava entrevistas, declarações bombásticas e muito humor nos microfones abertos, quando dos seus inúmeros gols já feitos. De vez em quando brincava com um cassetete ou capacete dos sérios soldados da Polícia Militar. Certa vez, depois de um gol decisivo no campo do adversário, irritou-se com uma guarnição e quebrou o pau.
Foi preso na mesma hora. Alguns minutos depois, com um impetrante de hábeas corpus, sui generis, para o caso, libertou-se, fez um gol novamente e aprontou outra. Foi julgado dias depois e foi condenado.
O futebol paulista, naquele ano, sentiu falta do espetáculo. Do artilheiro e do palhaço. A César o que é de César, um ano de suspensão. Nesse período ele ensinava futebol aos leitores de uma renomada revista esportiva. E quebrou um tabu: treinava futebol na Casa de Detenção em São Paulo, alegrando e desentediando os detentos, mas também torcedores de algum time de futebol. Não foi convocado para Copa de 70, pois os milicos escolheram dois centroavantes de comportamento diferente: o tímido Tostão e o caladão Roberto Miranda.
Em 1998 fui à cidade de Aguaí assistir a uma partida de futebol entre a seleção da cidade e o time dos Milionários (verdadeira seleção de craques do passado), e César, o Maluco, estava presente. Dirigi-me até ele e perguntei-lhe se morava na Lapa, naquela mesma rua. Disse que sim. Então perguntei se conhecia minha prima Narciza. Ao que ele respondeu prontamente:
- Ah, a Narciza Louca? Claro, claro que sim.

A origem do conflito entre Israel e Palestina (Parte II)


MARCELO AUGUSTO DA SILVA 

A partir do momento em que os árabes muçulmanos não aceitaram a divisão de seus territórios, o recém criado Estado Israel, invade as áreas palestinas num conflito que ele sai vencedor. Após o conflito houve outras três guerras, todas com desfecho favorável a Israel, militarmente mais forte e que conta com o apoio de países também militarmente fortes, como os EUA, seu fiel parceiro.
Além de ser belicamente superior, Israel possui uma característica expansionista e racista, principalmente no que diz respeito à religiosidade, embora os árabes também defendam arduamente seus dogmas. Com as quatro guerras entre Israel e Palestina o resultado foi um expressivo aumento de território judeu, todos decorrentes de invasões a áreas ocupadas pelos muçulmanos, e mesmo com a determinação da ONU de devolução dessas terras, o país recusou-se a atender.
Diante de tantos conflitos e atrocidades praticados entre os dois povos, várias tentativas de acordos de paz foram feitos a partir do final da década de 1970, boa parte deles com a intermediação de outros países. Denominam-se tentativas de paz porque nunca foram efetivamente consolidadas, algumas por parte da própria população que não as aceitavam por serem negociações feitas somente entre seus líderes e não sob consulta das respectivas nações; outras por conta de radicais e extremistas, cada qual defendendo seu lado, onde israelenses afirmam que não se negocia com árabes, pois são todos terroristas, e os árabes que justificam suas posições dizendo que Israel não deveria ser reconhecido como estado e sim combatido até a sua derrota final. 
Em meio à confusão generalizada no Oriente Médio, ao analisar de forma imparcial, pode-se chegar ao consenso de que a Palestina pertence aos dois povos, portanto, não é de exclusividade dos judeus, o que torna a sua ação autoritária, truculenta e xenófoba num dos maiores crimes da atualidade.
Se eles foram expulsos e massacrados durante séculos, os árabes não têm nada com isso, e sendo assim não tira o direito deles exigirem seus territórios de volta na forma de um estado independente. Além do mais, se o ocidente tem um peso na consciência em relação ao que foi feito aos judeus, os palestinos não podem ser responsabilizados.
Tudo isso poderia ser resolvido se fosse criado um estado israelense e um palestino, independentes e reconhecidos internacionalmente, que garantisse principalmente aos árabes as suas terras, e colocasse Jerusalém como uma área internacional. A História provou que a cidade não pode ser de exclusividade daqueles que a tem como sagrada. É lógico que na prática não é tão simples assim, mas, o que impede sua efetivação são as intransigências e o despotismos israelense, reforçado pelo apoio irrestrito de vários líderes, além do controle que eles exercem sobre boa parte da mídia, a qual não divulga a barbárie praticada contra os árabes, interferindo assim na opinião popular.
É mais um caso de posse de propriedade e de exercício de poder que infelizmente inocentes pagam por isso com suas vidas.

Artigo: Informação e formação do cidadão


ALOÍSIO CALSONI BOZZINI (PROFESSOR BIBO) 
acbozzini@hotmail.com

Aceitei a proposta de contribuir para o jornal Da Silva por entender que é o único jornal, em nosso município, que veicula notícias de forma imparcial para todas as classes sociais. O sucesso deste jornal é a qualidade dos artigos; a socialização (distribuição gratuita), a clareza de informações, o empenho de Miguel Paião, e a contribuição dos patrocinadores e do seu leitor crítico.
Colocar as informações à disposição da população possibilita a formação do cidadão consciente. Um direito tão valioso, que foi consagrado na própria Constituição Federal, dos direitos e garantias fundamentais: “é assegurado a todos o acesso à informação...”.
Sabemos que a informação pode ser usada como instrumento poderoso de manipulação social. Existem até mercados de informação no mundo globalizado.
Inúmeras organizações investem muito dinheiro para adquirir e gerir informação “estratégica”. Tais fatos trazem à luz o conceito de “veille stratégique” (vigília estratégica), um componente de informação, proposto por Humbert Lesca, pelo qual a empresa monitoriza diversos agentes, como a concorrência, clientes, fornecedores, sociedade, governo etc., em busca de ameaças ou oportunidades.
Quando analisamos a crise mundial, observamos que faltou justamente a “vigília estratégica” para a grande nação dos Estados Unidos.
Falta de informações é responsável por mortes e acidentes de trabalho; por agressões ambientais irreparáveis; pela alta incidência de gravidez na adolescência; pelo preconceito racial; problemas relacionados à saúde, à violência entre outros exemplos.
O jornal Da Silva contribui de forma imparcial para o ambiente de vigia estratégica. É por esta razão que estou me comprometendo a levar ao leitor informações gerais (política, meio ambiente, economia, saúde, emprego etc.) para a formação do cidadão crítico e participativo! Espero que aproveitem os próximos artigos! Todas as críticas e sugestões são bem-vindas.
Como já dizia Gabriel Pensador “Não se suja não; Indignação; Manifestação; Mais informação; Conscientização; Comunicação; Com toda razão; Participação; No voto e na pressão; Reivindicação; Reformulação; Água e sabão na nossa nação; Água e sabão, tá na nossa mão...” (música: Brasa).

Artigo: Repensando o lema


RAFAEL KOCIAN

Dentro do mundo esportivo encontramos diversas frases e ditados que de algum modo servem de inspiração ou então para tentar passar a essência da competição em questão. Durante essa semana li novamente a respeito do lema olímpico.
O lema é Citius, Altius, Fortius (o mais rápido, o mais alto e o mais forte) foi criado junto com o Comitê Olímpico Internacional, em 1894, pelo Barão Pierre de Coubertin que se apossou da frase de um amigo, Henri Dion, o lema olímpico me parece um pouco desatualizado. 
Antes de mais nada acho que é muita ousadia minha querer mudar o lema olímpico, ou então, acreditar que posso palpitar sobre o tema, afinal quem sou eu? Mas como professor universitário e sendo que uma das disciplinas que ministro na Universidade é Educação Física Adaptada, creio ser pertinente o que falo.
Na época da criação do lema, talvez ninguém pensasse na prática esportiva para os deficientes de quaisquer naturezas. Vale lembrar que o esporte para-olímpico surge com fortes evidências a partir do final da segunda guerra mundial. 
Mas hoje, passados 115 anos o lema precisa ser revisto, com todo respeito ao criador dos jogos, mas também com mais respeito aos praticantes, principalmente aos para-olímpicos, que já provaram por diversas vezes que não é preciso ser alto, forte ou então o rápido para ser um exemplo.
Sempre que posso assisto uma competição para-olímpica, pois fico emocionado, vislumbrado e inspirado com as cenas que vejo. Uma pena a mídia televisiva do Brasil, não dar valor a essas competições, deixando de mostrar ao país todo seres humanos dignos de serem chamados de heróis, diferente dos chamados heróis do Big Brother, como são chamados pelos apresentadores.
O espírito olímpico deveria estar na essência da pessoa e não representado pelo seu corpo, que a cada dia que passa figura mais como uma massa de modelar do que como corpo humano, basta observar o número de plásticas, hormônios e drogas utilizadas para tentar ser o mais alto, forte, rápido e belo.
Tudo isso vale repensar se um evento como as Olimpíadas, que prega a paz e a unidade dos povos, não deveria pregar a unidade entre as diferentes pessoas.

Tem filme interessante nessas férias


CAROL ORTIZ 
cacal.ortiz@hotmail.com

Após as festas de final de ano, muitos encaram as longas férias de verão e, na falta de opções para ocupar o tempo que sobra, recorremos, muitas vezes, aos filmes. 
Tem estréias novas e interessantes pelo pedaço. Quem gosta de alienígenas e efeitos especiais pode conferir o remake de O dia em que a Terra parou, de Scott Derrickson. A história é do belo ET, Keanu Reeves, que invade nosso planeta (ou melhor, conforme uma de suas falas no longa: “nosso”planeta? O planeta não é exclusivamente dos humanos...”). A idéia central é interessante, embora um pouco diferente do filme original. Aqui, a preocupação de Klaatu é salvar todas as formas de vida da destruição causada pelo homem. Nada que chegue a ser tão original assim, mas vale pela tentativa de reflexão que força o telespectador a desenvolver.
Embora todo o sucesso que o remake está fazendo e, conseqüentemente, o dinheiro (que não é pouco) que está arrecadando – na primeira semana arrecadou U$ 31 milhões só nos EUA – O dia em que a Terra parou é um filme medíocre, mas que serve para entreter na falta de um outro programa (não podemos negar, os efeitos especiais são muito bons, mas cinema não é só tecnologia).
Uma dica para quem for assistir: não esperem o mesmo Keanu de Matrix ou Caçadores de emoções, pois infelizmente ele não conseguiu equilibrar muito bem sua personagem extraterrestre. Prestem atenção no garotinho Jaden Smith, filho de Will Smith, que apesar de tudo, é um bom ator mirim.
Outra opção muito superior a esse longa e que também pode ser conferido, é o novo filme dos irmãos Coen (de Fargo, lembram?). Queime depois de ler provoca risos mesmo com a marca registrada de humor negro dos irmãos diretores. Aguardem a próxima coluna, que maiores detalhes serão expostos sobre o hilário filme em que um excelente Brad Pitt consegue ser mais idiota do que o Mr. Bean. Só vendo para crer!

Prato do Dia: Pato e pé com quiabo


ODAIR CORSINI
odaircorsini@ig.com.br






Ingredientes

02 kg pato limpo e cortado na junta
01 kg pé de suíno limpo e cortado em rodelas
400 g de quiabo picado
02 cebolas picadas
06 dentes de alho picado
02 folhas de louro
01 kg tomate bem maduro picado
400 g molho de tomate pronto
½ pimentão vermelho picado
½ maço de cheiro verde picado
Sal, pimenta branca e óleo ou banha a gosto.

Modo de preparar

Cozinhe em panela de pressão o pé de suíno com água e sal e folha de louro
por 10 minutos.
Coloque em uma panela com óleo o pato, sal, pimenta, pimentão, cebola e o
alho, refogue bem até dourar.
Junte o tomate, molho, água e deixe cozinhar até que fique ligeiramente
macio.
Misture o pé cozido e deixe ferver por 5 minutos.
Adicione o quiabo; mexa e cozinhe por mais 5 minutos.
Ao servir junte o cheiro verde.

Sirva com polenta, arroz e salada de agrião.

Momento Espírita: Luzes do milênio

Grupo Espírita Hilário Silva

Periodicamente, a bondade de Deus remete à Terra focos de luz, que banham a Humanidade com suas presenças.
Não falamos de Jesus, desde que Ele é o próprio centro da História, dividindo as águas do pretérito de desacertos humanos da época das luzes dos Seus ensinos.
Mas nos recordamos do jovem de Tarso, de nome Paulo. Jovem e ardoroso pregador da lei de Moisés que, após o encontro com Jesus, na estrada de Damasco, torna-se o evangelizador dos gentios.
Graças às suas viagens, seu destemor, tornou o Evangelho conhecido em larga parte do mundo de então, chegando até à Macedônia, pregando na Roma dos Césares, colaborando eficazmente na propagação dos ensinos do Cristo.
Agostinho de Hipona que, após os anos desorientados da sua juventude, em que cometeu tolices, abraça o Evangelho e dá testemunho de sua fé, em um período de convulsão histórica.
Ele chegou a afirmar que estava convencido de que sua mãe, desencarnada, o viria visitar e revelar o que aguarda os homens para além dos portais do túmulo, numa antevisão do que viria mais tarde ensinar a Doutrina Espírita.
Francisco de Assis, na Idade Média, vem falar ao povo da doutrina clara e simples do Cristo, remetendo os homens de retorno às fontes primitivas do Cristianismo.
Ao seu lado, o suave vulto de Clara, jovem filha da nobreza de Assis, que se volta para os seus irmãos hansenianos, paupérrimos e abandonados pelo preconceito da ignorância então vigente.
No terreno da música, Mozart traduz as vozes dos céus em melodias de cristalina sonoridade, enquanto Leonardo da Vinci e Michelângelo imortalizam a beleza na pintura, na escultura, em versos de cores e formas perfeitas.
Na ciência e na filosofia despontam missionários da têmpera de Einstein, Pasteur, Voltaire.
Dos mais recentes recordamos Gandhi, o apóstolo da não­-violência, que provou com o sacrifício de sua vida o que demonstrou Jesus há mais de dois mil anos, ou seja, que o amor triunfa sobre a guerra e a morte.
Ante tantas bênçãos, é bom nos questionemos o que estamos delas fazendo e de que maneira temos retribuído o amor e a compaixão de nosso Pai.
Permita Deus que saibamos merecer tantas dádivas, mostrando-nos dignos da Sua imensa bondade e sabedoria.
Michelângelo, ao acabar de talhar no mármore a figura de Moisés, contemplou emocionado o trabalho e, ante a perfeição das linhas que o faziam parecer vivo, bateu com seu instrumento de trabalho no joelho da estátua, ordenando:
Parla, que quer dizer, no idioma italiano: Fala.
Mozart jamais fazia rascunhos das pautas das suas composições. É como se nelas traduzisse algo que sua alma captava nos arcanos do invisível, surgindo a obra, desde o primeiro momento, primorosa, limpa, sem necessidade de rasuras ou emendas posteriores.