Artigo: Repensando o lema


RAFAEL KOCIAN

Dentro do mundo esportivo encontramos diversas frases e ditados que de algum modo servem de inspiração ou então para tentar passar a essência da competição em questão. Durante essa semana li novamente a respeito do lema olímpico.
O lema é Citius, Altius, Fortius (o mais rápido, o mais alto e o mais forte) foi criado junto com o Comitê Olímpico Internacional, em 1894, pelo Barão Pierre de Coubertin que se apossou da frase de um amigo, Henri Dion, o lema olímpico me parece um pouco desatualizado. 
Antes de mais nada acho que é muita ousadia minha querer mudar o lema olímpico, ou então, acreditar que posso palpitar sobre o tema, afinal quem sou eu? Mas como professor universitário e sendo que uma das disciplinas que ministro na Universidade é Educação Física Adaptada, creio ser pertinente o que falo.
Na época da criação do lema, talvez ninguém pensasse na prática esportiva para os deficientes de quaisquer naturezas. Vale lembrar que o esporte para-olímpico surge com fortes evidências a partir do final da segunda guerra mundial. 
Mas hoje, passados 115 anos o lema precisa ser revisto, com todo respeito ao criador dos jogos, mas também com mais respeito aos praticantes, principalmente aos para-olímpicos, que já provaram por diversas vezes que não é preciso ser alto, forte ou então o rápido para ser um exemplo.
Sempre que posso assisto uma competição para-olímpica, pois fico emocionado, vislumbrado e inspirado com as cenas que vejo. Uma pena a mídia televisiva do Brasil, não dar valor a essas competições, deixando de mostrar ao país todo seres humanos dignos de serem chamados de heróis, diferente dos chamados heróis do Big Brother, como são chamados pelos apresentadores.
O espírito olímpico deveria estar na essência da pessoa e não representado pelo seu corpo, que a cada dia que passa figura mais como uma massa de modelar do que como corpo humano, basta observar o número de plásticas, hormônios e drogas utilizadas para tentar ser o mais alto, forte, rápido e belo.
Tudo isso vale repensar se um evento como as Olimpíadas, que prega a paz e a unidade dos povos, não deveria pregar a unidade entre as diferentes pessoas.

Nenhum comentário: