A origem do conflito entre Israel e Palestina (Parte I)


MARCELO AUGUSTO DA SILVA  

A região da Palestina é palco da eterna guerra a qual assistimos nesses dias. A mídia televisiva, preocupada com as atrocidades, se esquece de informar e esclarecer o que acontece no local, tampouco procura avaliar quem está ou não com a razão.
Habitada pelos povos semitas - inicialmente os judeus ou hebreus (primeiro povo a adotar o monoteísmo) - a região sempre foi alvo de invasão de outros povos. No ano 136 da Era Cristã, Roma invade a região e provoca a fuga dos judeus pelo mundo – fato que ficou conhecido como diáspora (dispersão). Sem a sua terra de origem, os judeus são obrigados a vagarem pelo mundo tentado se instalarem em outros lugares e serem aceitos em outras nacionalidades, sempre sofrendo, é claro, todo tipo de preconceito. 
Sem uma terra para garantir o sustento, eles então passaram a se dedicar ao comércio, única atividade disponível na ocasião - isso explica a habilidade que eles detêm sobre as relações comerciais. A forte tradição cultural e religiosa os manteve unidos, mesmo estando cada porção espalhada pelo mundo; se não fosse essa característica, certamente o povo judeu teria sido extinto em pouco tempo. 
Após um longo período da invasão romana na Palestina, os árabes ocupam a região a partir da expansão islâmica, no século VIII e ali permanecem. 
É bom frisar que apesar de monoteístas os povos judeus e árabes, possuem culturas, hábitos, ritos tradições e crenças totalmente diferentes, o que naturalmente os tornam adversos um ao outro.
Um outro momento da história em que os judeus são vítimas é a Segunda Guerra Mundial, na qual Hitler, e sua ideologia nazista, os responsabilizam pela crise que a Alemanha enfrenta na década de 1930. Reforçado pelas idéias racistas do nazismo os alemães promovem a perseguição, a prisão e a morte desse povo, que fica sendo denominada como Holocausto, cujo saldo final totalizou a morte de quase seis milhões de judeus europeus. O próprio massacre contra os judeus provoca um movimento de emigração judaica - não só da Europa, mas também da Ásia e da África - para a Palestina. No entanto, nessa ocasião, o povo judeu defronta-se com os árabes, que são denominados, agora, genericamente de palestinos.
Terminada a Guerra, com a vitória dos aliados, a comunidade internacional se comove com as atrocidades promovidas contra os judeus, gerando a necessidade de se resolver a questão judaica, ou mais precisamente, a necessidade de se livrar desse problema. Então, em 1948 a ONU cria o Estado de Israel nas áreas ocupadas pelos judeus. Porém nessa decisão foi esquecido um detalhe muito significativo: o recém criado Estado de Israel integrava áreas habitadas pelos árabes desde a já citada expansão islâmica, que logicamente não aceitaram tal determinação.
Na tentativa de resolver o problema foi criado um outro ainda maior, pois não se respeitou um outro povo que ali estava instalado. O que seria justo era a intervenção internacional naquele momento e a criação de um estado judeu que respeitasse os limites da ocupação árabe. Na mesma proporção em que os árabes não aceitaram a criação de um estado que partilhava suas terras, os judeus seguiram à risca a demarcação da ONU e expulsaram os árabes de suas terras, devolvendo o mesmo tratamento que foi dado a eles no passado a um outro povo.
Esse é apenas o estopim de um conflito de enormes proporções e que já dura mais de meio século. É claro que o problema vai se desdobrando e nele há muitas outras questões envolvidas, o que acaba resultando em dificuldades de resolução do problema.

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