Artigo: Sonhos Esportivos


Rafael Kocian
rafaelkocian@gmail.com

Todo mês de janeiro é assim, milhares de atletas carregam milhares de sonhos junto com suas chuteiras e suas mochilas. Dezenas de cidades do interior paulista e a capital sediam um dos maiores eventos futebolísticos do país. Recorrendo rapidamente a matemática temos 88 equipes composta aproximadamente de 25 atletas o que dá um total de 2.200 atletas.
Não é difícil encontrar histórias comoventes de jovens que mal têm o que comer. Estudo então, nem pensar, isso passou a ser artigo de luxo. Muitos vêem no futebol a forma de ascensão social, uma forma de tirar a família do sofrimento. A esperança de chegar a seleção, conhecer o mundo através do futebol, chegar a um grande time ou então, apenas viver melhor fazendo o que gostam.
Verificamos que muitos clubes e prefeituras auxiliam, e muito, na participação e na realização da Copa São Paulo de Futebol. Desde cidades de nomes esquisitos que nunca ouvimos falar vêm de lugares muito distantes, até grandes clubes que vêm jogar em cidades próximas de nós, pois infelizmente aqui nada se viu.
Do outro lado da moeda encontramos os chamados cartolas ou olheiros, aqueles que se aproveitam das necessidades, sonhos e esperanças dos jogadores e dão o golpe certo. Facilmente encontram jogadores com potencial, oferecem tudo aquilo que os jogadores querem ouvir, basta o atleta assinar um contrato de reserva de domínio e pronto. Esse empresário vai cuidar de arrumar uma venda dos direitos federativos desse atleta, cobrando aproximadamente 70% do valor de venda desse atleta e muitas vezes amarrando salários e direitos de imagem também. Ora a escravidão não acabou? A exploração de trabalho infantil não é crime? E utilizar das necessidades e sonhos de quem passa necessidades para lucrar?
Vale a pena repensar como o esporte no Brasil está estruturado.

Nenhum comentário: