Momento Espírita: Qualidade de vida

Grupo Espírita Hilário Silva

Fala-se muito a respeito da qualidade de vida. Fazem-se comparações entre o passado e o presente. Fala-se das conquistas que possibilitam uma perspectiva maior de vida, do conforto que a tecnologia proporciona. Tudo está correto. Contudo, estamos nos esquecendo de olhar para o outro lado. Viver mais significa envelhecer. Como estamos encarando a velhice? Como estamos tratando os idosos?
Lembremo-nos dos idosos que são deixados nos asilos, nas clí­nicas de repouso ou mesmo em dependências especí­ficas do lar, entregues à ociosidade, ao não fazer nada. Alguns consideram que basta ao idoso ter alimentação, estar asseado, ter um lugar para sentar, outro para dormir. Estamos nos esquecendo de que são seres humanos, que foram produtivos até ontem. Foram jovens, amaram, tiveram sonhos, criaram filhos, educaram e os entregaram ao mundo. A sociedade de hoje também é produto dos seus esforços. 
E não é simplesmente por estarem em idade avançada, que deixam de ter sonhos, de acalentar esperanças. Somos nós mesmos, pelas nossas atitudes, que lhes incutimos a crença de que somente devem aguardar a morte, que já fizeram tudo o que podiam.
Dia desses, ouvimos de uma senhora dizer que os idosos precisam de quietude e repouso, que não podem sair da rotina para não ficarem atrapalhados, confusos. Que eles necessitam estar sozinhos, que a presença da famí­lia os prejudica. 
Mas colocando-nos no lugar deles, será que almejarí­amos ficar assim, em um quarto a sós, sem quem nos falasse, incentivasse, nos visitasse?
Será que o fato de envelhecermos faz com que o coração esqueça os afetos e desejemos a solidão? Não! É um engano acreditar nisso! Muitos os que entram na velhice e avançam no tempo, vivem de recordações. Isto acontece porque não lhes alimentamos as horas com a nossa presença. Por que não permitir que as crianças lhes façam companhia, brinquem com eles, os agradem? Agindo assim, permitiremos ao idoso a convivência com a alegria, a música, a vivacidade dos pequenos, suas mil peripécias, tanto quanto estaremos dando à essas crianças importantes lições de vida. Afinal, se chegarmos à idade dos nossos avós, como gostaríamos de ser tratados? Desejarí­amos ser isolados do restante da famí­lia, simplesmente porque já não seguramos com tanta firmeza o talher, ou derramamos o alimento? Lembremos de como nos trataram nossos pais, quando crianças. Jamais fomos isolados num canto da casa, pelo simples fato de não sabermos sustentar a colher ou nos lambuzarmos, no aprendizado de levar o alimento à boca. Se rodeamos a infância de cuidados e atenções, não nos esqueçamos dos nossos idosos, que envelheceram no labor e com seu suor nos forneceram bases para o que hoje somos. Não afirmemos simplesmente: Idoso é assim mesmo. Porque cada um deles é um ser único, com sua individualidade, sua gama de sonhos e carências. 
Ornemos a vida dos nossos queridos velhos com nossa presença amiga, alegre, otimista. Afinal, se não morrermos antes, também chegaremos lá. Tenha paciência ante os que te precederam nos anos e galgaram mais cedo os degraus da idade. Cerca-os com o teu carinho e ampara-os nas suas necessidades.

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