Emílio Antônio Duva
Mestre Velau, nosso revelador de craques de futebol, principalmente para Flamengo do Rio de Janeiro, contava que no cemitério municipal de nossa cidade estava sepultado um ex-goleiro do Mengão. Pois bem. Neste meu estágio de narrador de fatos curiosos ligados ao futebol, dei-me o direito de pesquisar um pouquinho mais sobre o causo – verdade ou lenda? Verdade! Velau tinha toda razão.
Júlio Kuntz Filho, goleiro do Grêmio de Porto Alegre (RS), e do Flamengo (RJ) em 1920; do Paulistano (SP) em 1923; e da Seleção Brasileira em 1922. Esse atleta do início do século passado realmente encontra-se sepultado em São José do Rio Pardo.
Ele nasceu na cidade gaúcha de Hamburgo velho, hoje Novo Hamburgo no ano de 1898 e faleceu em São José do Rio Pardo no dia 27 de agosto de 1938 aos 40 anos de idade.
Foi acompanhado durante sua enfermidade pelos médicos Dr. Raul Rodrigues Sette e pelo Dr. Leonardo Roque Maríngolo. A causa da morte? Insuficiência pulmonar respiratória consta em seu atestado de óbito. Deixou quatro filhos: Hugo, Maria, Helena e Antônio.
Na época era funcionário público. Kuntz, como era conhecido, fez parte de uma selecionada equipe do Paulistano, quando a gremiação tornou-se a primeira equipe brasileira a realizar uma excursão à Europa.
Araken Patuska e Arthur Friedenrich foram alguns de seus companheiros naquela jornada. Na última partida amistosa contra a seleção da França, os atletas brasileiros jogaram apenas 30 minutos do primeiro tempo, pois se continuassem à partida perderiam o navio de volta ao Brasil. A viagem foi patrocinada pelo consulado francês, sendo que as despesas com bebidas, mulheres, can-can saíram dos bolsos dos próprios jogadores.
“El collossal”, logicamente pelas suas belíssimas apresentações defendendo o mais querido rubro-negro, chamou a atenção da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), atual Confederação Brasileira de Futebol (CBF), e acabou sendo convocada para atuar na Seleção Brasileira, defendendo-a em seis partidas, inclusive a taça Sul América, onde sagrou-se campeão junto com a equipe.
Então, muito antes de nosso querido Velau aportar por aqui, este fantástico goleiro já marcaria, desta forma, a primeira relação Flamengo-São José do Rio Pardo. “Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.”
Eu e o Futebol: Ex-goleiro do Flamengo e da Seleção sepultado em São José
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