A crise e suas conseqüências no esporte


Rafael Kocian - professor de Educação Física

Sinceramente nunca entendi muito de economia, taxa cambial, variação da bolsa de valores, participação dos ativos nos lucros diretos ou então, os tais debêntures. Tudo bem que minha graduação é em Educação Física e entender profundamente isso passa muito longe do objetivo da minha formação.
No final de 2008 e no primeiro trimestre desse ano, fomos bombardeados por notícias, na maioria das vezes negativas, com relação a crise econômica mundial. Por mais que eu não entenda de onde e por que surgiu a crise com esse impacto gigantesco, algo eu pude perceber. Várias crises já aconteceram no esporte, umas mais graves outras mais suaves, mas constantemente passamos por crises. Podemos analisar o caso específico do Corinthians, que esteve em crise, caiu para a segunda divisão do campeonato nacional de futebol e tiveram que repensar toda sua estrutura, sua diretoria e tudo mais. Não que hoje o clube tenha superado todos seus problemas, mas ao menos ocupa uma posição mais alta do que ocupava um ano atrás, quando era alvo de piadas. O mesmo fenômeno, ocorreu com “Ronaldo fenômeno”, que por mais de uma vez passou por crise, mas também, por mais de uma vez sobreviveu e saiu fortificado.
O momento da crise é um momento de criação, de reflexão e principalmente de ação. Não há tempo para especulação, o momento é de por a mão na massa, trabalhar e avaliar objetivos e metas. Será que o Brasil em muitos setores não precisa se avaliar, para sair da estagnação?
Vou me conter ao esporte, mas o problema da violência nos estádios, a corrupção, a exploração do trabalho infantil, não deve ser repensado. Até onde sei esse problema não surgiu no segundo semestre do ano passado, como a crise mundial.
Fico boquiaberto como a relação com patrocinadores em outros esportes, que não o futebol, é trucidante e chantagista, basta ver a dependência de uma das maiores forças de voleibol no Brasil. A equipe do Osasco fechou as portas, pois o patrocinador anunciou que não investiria mais os R$12 milhões anuais. Após isso tome mais uma crise que temos que enfrentar. Uma equipe de porte, com quatro atletas de seleção brasileira com portas fechadas. O que me deixa intrigado é o motivo, até então desconhecido. A única coisa que se sabe é que o lucro líquido do ex-patrocinador do Osasco no ano de 2008 foi de R$ 7,620 bilhões, aliás, nada mal para a crise. Vale repensar, não?

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