Câmara é tomada pelas atividades do Fórum Social da Mogiana


Ary Menardi e o jornalista Cristiano Navarro

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o final da tarde de sábado, 16 de maio, três atividades ocorreram na Câmara de São José do Rio Pardo, duas delas – Cultura e Comunicação – As possibilidades culturais e a mídia alternativa como ferramenta de transformação e A logosofia como e a nova cultura da humanidade - ocorreram concomitantemente. A primeira no Salão Nobre, no piso superior, e a segunda na sala Antônio Pereira Dias, no térreo.
Silvana Favoretto conduziu o trabalho do grupo logosófico mostrando toda sua fundamentação e pedagogia. Explicou que o trabalho logosófico incide no “governo de si mesmo” e para isso, o aperfeiçoamento deve ser integral; deve abarcar o ser e a vida sem exclusão de nenhuma natureza. A isso conduzem os conhecimentos, ensinando de que forma, como e quando devem ser eliminados os defeitos e as deficiências.
Enquanto isso, o coordenador do Instituto 14 Bis, Mauri Palos, e o jornalista Miguel Biazzo, debatiam as possibilidades e espaços para o avanço da cultura e também as novas mídias. Palos explicou através de imagens os projetos que vêm desenvolvendo no Sul de Minas que está possibilitando a manutenção de salas de cinema e, ao mesmo tempo, inserindo a comunidade em um contexto cultural.
Biazzo fez um balanço histórico do processo de concentração da informação dos conglomerados de comunicação e o seu trabalho de omitir a verdade. Ao mesmo tempo, ele chamou atenção do público às novas formas de levar a informação sem depender desses meios – a internet e rádios comunitárias são alguns deles.
Em seguida as duas atividades, o jornalista indigenista assumiu o microfone na Sala Antônio Pereira Dias para falar sobre a questão indígena e sobre o seu documentário que deve ser concluído no próximo mês.
O santista que hoje trabalha no jornal Brasil de Fato, em São Paulo, morou dois anos no Matogrosso do Sul entre os Guaranis desenvolvendo trabalhos de comunicação popular pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI).
O CIMI é um organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que, em sua atuação missionária, conferiu um novo sentido ao trabalho da igreja católica junto aos povos indígenas.
Criado em 1972, quando o Estado brasileiro assumia abertamente a integração dos povos indígenas à sociedade majoritária como única perspectiva, o Cimi procurou favorecer a articulação entre aldeias e povos, promovendo as grandes assembléias indígenas, onde se desenharam os primeiros contornos da luta pela garantia do direito à diversidade cultural.
Disse ser o único jornalista que trabalha nesta área no Brasil, “sou uma espécie rara”. “Trabalhar com a causa indígena exige um engajamento porque implica visitar aldeias que ficam isoladas das grandes cidades. É uma questão que ultrapassa o entendimento, exige sentimento”.

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