Albergados em rio-pardo são vítimas de preconceito

Um jovem de 22 anos conseguiu emprego em uma empresa de São José do Rio Pardo e trabalhou até o dia em que o chefe pediu seus documentos e informações para formalizar sua ficha e descobriu que ele morava no albergue. Foi mandado embora. Outros dois moradores do albergue (53 e 47 anos) perderam o emprego assim que revelaram seu endereço aos patrões.
O chefe de Divisão e Assistência ao Morador de Rua e Migrante, Carlos Alberto Rocha, responsável pelo albergue, lembra outros casos, mais antigos, de empresários que demitiram funcionários por morarem na instituição. Há um preconceito contra as pessoas necessitadas que se alojam no albergue. É como se fossem ex-presidiários, sabidamente vítimas de muito preconceito na sociedade.
Rocha pede que a população se conscientize de que os moradores do albergue não usam drogas e nem álcool, “não são arruaceiros e vadios”. Eles ajudam com o serviço de limpeza, mantêm tudo em ordem. Precisam arrumar emprego e os buscam ansiosamente, porque a estadia é de somente 6 meses. “Há casos de ex-moradores que não conseguiram arrumar emprego e tiveram que voltar para a rua”, diz ele.
O albergue municipal tem hoje 12 abrigados e está sendo projetada uma ampliação para receber mais 10 moradores.

Um comentário:

Maria Silva disse...

Leio esta manchete com muita indignação.
Julgar uma pessoa pelo fato de morar ou não em albergue, ser ou não ser um ex-presidiário revela uma ignorância sem tamanho.
O trabalho dignifica o homem, e dá a ele perspectivas de uma vida digna. É a chance para que possa se ver livre dos
olhares preconceituosos que recebem nas ruas, de inúmeras humilhações e de provar principalmente a ele mesmo que é uma pessoa capaz como tantas outras.
Nossos governantes deveriam impor cotas, como é feito hoje beneficiando a população negra e pessoas deficientes.
Só assim, de forma imposta é que estas pessoas terão chances de serem reconhecidas pelo seu trabalho!
Maria Silva, São José do Rio Pardo/SP