Marley e eu - e Amarildo


Carol Ortiz
cacal.ortiz@hotmail.com

Ok, por que falar de um livro e filme que todo mundo já leu ou assistiu? Ora, pelo simples fato de ser uma história maravilhosamente sensível que todos ou a grande maioria já conhece: fala de uma família em formação que adota Marley, um cão labrador que os ensina valores como amor, fidelidade, respeito, tolerância e inúmeras lições que só o convívio com um animal pode nos mostrar.
Numa dessas noites atrás, assisti na TV o filme (só conhecia o livro) e, minha reação foi a mesma: rios de lágrimas e um profundo sentimento de amor. Por que? Ora, porque tenho um Marley em minha vida. O meu não é um labrador, mas é tão amoroso, arteiro, bagunceiro, engraçado quanto.
Amarildo é um basset daschund caramelo, é uma tripinha magrela, mas tão amoroso, arteiro, com um apetite voraz por tudo o que não é comestível, curioso e elétrico, que é impossível não se apaixonar.
Antes dele vieram outros: Thuska Helena (in memorian), Nani (in memorian), Azul Turquesa, Mancha (in memorian) e Semente(in memorian). Todos esses cachorros me ajudaram a me transformar no ser humano que hoje sou. Aprendi sobre o verdadeiro valor de uma amizade, o amor incondicional, a tolerância e respeito que temos uns com os outros, a ter uma melhor qualidade de vida, a ser humilde.
Amar um animal e tê-lo ao seu lado é algo indescritível. Você nunca se sente sozinho porque eles sempre estarão lá, com seus olhares pedintes de amor, com o rabo elétrico e com sua língua salivante para te dar um enorme beijo canino que irá te lambuzar todo. Há quem diga que é muito trabalhoso cuidar de um ser assim, porque eles fazem sujeira, defecam, etc. Mas, posso garantir que, por mais que essas pequenas coisas possam parecer grandes, na verdade são minúscula perto do afeto que você tem em troca. O animal vive cerca de 10 anos, e nós uma média de 80, então, claro que vamos vê-los envelhecendo, adoecendo e partindo para outro lugar e, quando isso acontece, o buraco que abre na nossa alma é tamanho, a dor da perda é tão profunda que, muitas vezes, chegamos a adoecer. Entretanto, perdas fazem parte da vida e se sentimos tal coisa, é sinal de que isso foi muito importante e forte durante nossa existência (só sentimos falta do que foi realmente bom).
Já ouvi falarem por aí que conviver com o animal é muito doloroso porque esse dia da despedida vai chegar. Poxa, essa é a forma mais egoísta de sentir algo.
Pensem, se um cão está ao seu lado durante 10 anos, serão, no mínimo 10 anos de festa e uma fase de despedida e quando essa acontece, você já não é mais a mesma pessoa, pois, com certeza seus valores, sua sensibilidade se aperfeiçoaram.
Amar um animal é aprender a amar o universo e a si- mesmo. Foi isso que John Grogan conseguiu mostrar na sua obra e eis aí o segredo de tanto sucesso e de vendas tão bem sucedidas. Só quem tem um Amarildo sabe do que estou falando!

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