Emílio Antônio Duva
E o meu prezado e mui bem sucedido empresário do ramo de transportes, que atende pelo carinhoso apelido de Toninho Amato, resolveu, por bem, sempre pelo ser benigno que é montar um time de futebol. Comprou um belo jogo de camisas, calções e meias. Caneleiras, tornozeleiras e bolas de renomadas marcas. Convidou uma plêiade de amigos e alguns “inimigos” para bater aquela bolinha aos domingos pela manhã. Em especial nosso saudoso Velau, grande revelador de craques, que seria o técnico de honra daquela incrível equipe de atletas (e fominhas) de final de semana. No entanto, nosso bom baiano Velau impunha a condição de que nos campos houvesse um bar, como dizia arrastando os erres. Toninho Amato obedecia fielmente.
O material impecavelmente limpo e cheiroso, bem como o Mercedes Benz azul 1113, que transportava a equipe com muito conforto e alegria. E os domingos de futebol, cachaça e macarronada com frango, formidavelmente cada vez mais tradicional. Lembro-me, com satisfação, que um dos “craques” antes de entrar em campo fazia questão de rezar o Pai Nosso, a Ave Maria e a Salve-Rainha – pelo menos. Como não tinha como ir à igreja nas manhãs de domingo, pelo menos dava uma “rezadinha” - naqueles perfumados vestiários - para aliviar os pecados da semana. Um total de 30 abnegados atletas comparecia aos disputados jogos-amistosos. Na empresa Transportadora Riopardense, do próprio Toninho, trabalhava um ser dos mais ignorantes que conheci. Um semi-analfabeto de alcunha Tarzan, que era o (i)rresponsável pela formação da equipe, que ia à campo. Nosso referendado Tarzan era um dos chapas daquela empresa. Cascateiro, biriteiro e... Muito trabalhador.
E nosso prezado cartola Toninho Amato, já na quase décima apresentação do seu time, pediu autorização ao técnico, aos 40 minutos do segundo tempo, para participar um pouquinho do jogo
Tarzan, “sempre educado”, sacou um dos onze, que entregou a camisa encharcada e fedorenta de suor ao humilde Toninho, que ovacionado pela galera finalmente fez sua estréia naqueles verdejantes e esburacados gramados.
Caríssimos leitores, não foram mais do que três minutinhos de bola rolando e Tarzan, grita: Toninho, ô Toninho... pode sair...sai... Ocê tá muito ruim... pode sair.
Coisas da bola, coisas da vida.
Eu e o Futebol: Tarzan e o Cartola
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