Marcelo Augusto da Silva
marcelo3151@itelefonica.com.br
Já faz algum tempo em que heróis estão sendo resgatados pelo cinema americano. Junto deles se vê também filmes que fizeram sucesso em outros tempos voltarem às telas com uma nova roupagem. Tivemos Batmam, Homem-Aranha, Incrível Hulk, Quarteto fantástico para exemplificar alguns heróis e também Poseidon, Os Infiltrados, Cidade dos Anjos, Halloween, Um Beijo a Mais, Alfie, O Sedutor, como exemplo de filmes refilmados.
Não é novidade para ninguém que o cinema estadunidense não passa de uma indústria do entretenimento com a finalidade de lucrar vendendo diversão. Mesmo sabendo dessa mentalidade é perfeitamente normal todo o tipo de pessoa assistir a essas produções como o intuito de se divertir apenas. Hollywood sempre apresentou novidades no mercado cinematográfico, criando ídolos e modismos. Mas quem prestar atenção nos filmes em cartaz no momento e nos que ainda vão estrear vai ver uma grande quantidade de heróis a serem exibidos na tela grande, todos eles com aquelas grandes campanhas de divulgação, lançamento e tudo mais. No entanto nenhum deles são criações novas, todos são sucessos do passado que voltam a dar suas caras nos cinemas. Dentre aqueles que vão estrear temos Homem de ferro, Agente 86, Speed Racer, Indiana Jones. Para quem viveu sua adolescência em outras décadas esses personagens são o que há de melhor no gênero. Sem dúvida que eles fizeram parte de uma geração e possuíam toda justificativa de existência dentro do contexto daquele período como, por exemplo, o Super-Homem, que na condição de defensor da América não escapou aos apelos do patriotismo onde na Segunda Guerra Mundial o super-herói formou junto com os soldados as fileiras contra o império nazista, a pedido do então presidente Roosevelt, as histórias deste período mostravam um Super-Homem no campo de batalha contra o inimigo nº1 - Hitler.
Mas por que será que não são criados novos personagens e heróis ultimamente? Os criadores perderam a inspiração ou é mais fácil pegar algo pronto no fundo da gaveta?
Toda essa onda nostálgica também pode ter sido impulsionada pelo sucesso de um filme como foi, por exemplo, o Homem-Aranha que bateu recordes de bilheteria e que possivelmente pode ter incentivado os estúdios a pegarem carona em personagens já existentes. Se outrora havia uma ideologia a ser defendida ou divulgada, mesmo que fosse a exaustiva peleja entre o capitalismo (divulgada como o bem pelos estadunidenses) e o socialismo (associado por eles como uma personificação do mal), hoje também há algo a ser defendido pelos estúdios de Hollywood como a luta entre o ocidente e o terrorismo do oriente médio. Nesse ponto pode estar a explicação da não criação de heróis que vencem a luta contra os muçulmanos, já que a Cruzada organizada por Bush no Iraque tem causado tanta impopularidade a ele e a seu país que nem o cinema com todos os seus efeitos, recursos e atrativos vai conseguir mudar a opinião pública. Tendo essa teoria como princípio pode-se compreender então que é melhor o cinema recriar mitos do que tentar criar um que não vai convencer nem mesmo as crianças.
Artigo: Ressuscitando defuntos
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