RAFAEL KOCIAN - professor de Educação Física
Semana movimentada para os organizadores da Copa do Mundo de Futebol de 2014 – que será aqui no Brasil. Movimentada também a semana dos governantes de 17 cidades candidatas a sediar o mundial. Prefeitos e governadores se esforçaram para mostrar belezas e virtudes de suas candidatas e tentam disfarçar seus defeitos prometendo investimentos e infra-estrutura.
Segundo a Fundação Getulio Vargas, o Brasil necessita de um investimento de “apenas” R$ 35 bilhões para realizar as obras necessárias para agradar o comitê avaliador da FIFA e cumprir todas as exigências. É claro que essa verba não considera, por exemplo, os R$ 3,5 milhões que serão gastos pela cidade de Natal (RN), apenas na apresentação da cidade aos avaliadores.
Se compararmos esses valores aos orçamentos dos ministérios (Educação, Esporte, Saúde etc.) perceberemos que estamos falando de muito dinheiro.
Vale lembrar o que houve no Pan do Rio, na verdade ninguém sabe o que houve com tanto dinheiro, pois o Comitê Organizador Brasileiro (COB), o Ministério dos Esportes, a cidade do Rio de Janeiro e o Governo Fluminense ainda não prestaram contas dos gastos que superaram 10 vezes o orçamento previsto.
Concordo com o presidente Lula quando diz que o Governo Federal não colocará um centavo de investimento na Copa. Duvido, mas concordo.
Não tenho dúvidas dos lucros que um evento como esse proporciona, quando bem organizado, e que colocará o Brasil como vitrine para o mundo, o que provavelmente trará turistas e investidores, mas não posso concordar com os custos em um país onde o esporte de base naufraga. Um país que tem Jade, Diego e Daniele Hipólito lutando por um patrocínio para não ter que abandonar o esporte, ou então, nossos judocas que não foram as Olimpíadas, pois não tinham dinheiro para participar de um exame de graduação de faixa.
Sem falar de tudo o que capenga no Brasil fora o esporte. Não sei porquê, mas lembro de uma música:
“... A novidade era o máximo/Do paradoxo escondido na areia...O mundo tão desigual/Tudo é tão desigual...”
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