MEIO AMBIENTE

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Justiça barra estrago ambiental no Vila Verde



Foto tirada do local três dias após o açude ter sido drenado


No início da noite da última quinta-feira, dia 6, a Justiça concedeu uma liminar a pedido do Ministério Público impedindo que a área do antigo açude e de algumas nascentes entre o bairro Vila Verde e Maria Boaro fosse aterrada. No local está previsto a construção de um loteamento particular.
De acordo com o promotor José Cláudio Zan, a intenção é barrar as obras até que ele possa analisar o projeto aprovado pelo Departamento Estadual do Proteção e Recursos Naturais (DEPRN) de São João da Boa Vista. O promotor teme que a autorização tenha sido concedida sem que o órgão tenha conhecimento que no local há nascentes d’água.
De acordo com a notícia veiculada no jornal Democrata da última semana, se ficar caracterizada a infração ambiental ou a negligência de qualquer órgão fiscalizador, os responsáveis poderão responder civil e criminalmente, além de poderem ser obrigados a restaurar o dano causado.
O açude teria sido drenado por uma máquina que está trabalhando na construção do lote no dia 30 de agosto. Ele existia bem antes da construção dos bairros naquela região, por tanto, já havia estabelecido um pequeno ecossistema no local que não foi considerado nem pelo proprietário, muito menos pelo DEPRN.
Segundo alguns moradores, no açude havia garças, marrecos, jabutis e piriás, animais que, segundo eles, eram facilmente vistos.
Segundo o promotor, o proprietário das terras, já teria sido informado sobre a decisão da Justiça e caso não cumpra a determinação ele poderá ser multado em até R$ 10 mil por dia.
Suspeita-se, ainda, que a autorização possa ter sido concedida através de influência política, já que nas proximidades da área onde estava o açude, há um projeto do município para a construção de uma avenida ligando o Distrito Industrial ao bairro de Paula Lima.

Da redação:
Em tempos de preservação e de desenvolvimento sustentável como a única forma de manter esse planeta funcionando, o que foi feito na área descrita no texto acima é uma afronta ao ser humano. É uma total e mera especulação imobiliária. O açude e todo seu entorno, poderiam sim ser preservado e construído no local uma área verde de lazer para os moradores da região. Mas, percebemos que em questões como essa, os interesses pessoais ficam acima do coletivo.

Um comentário:

João Giovanelli disse...

Parabéns pela reportagem, eu acho que este tipo de situação é normal em são josé, já que nosso municipio fica distante de DEPRNs atuantes, assim vários empreendimentos, como loteamentos por exemplo não passam por nenhum estudo prévio de impacto ambiental.
Esta liminar pode ser um passo importante para o municipio, mostrando as pessoas a importância de estudos, mesmos básicos, de previsão de impactos ambientais, necessários para que nem a natureza nem a população sofram com ações equivocadas de pessoas que jamais pensam no coletivo.