ARTIGO

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O maior atentado terrorista da história

Por Fernando de Sylos

Ao raiar do dia 6 de agosto
de 1945, os Estados Unidos da América lançaram uma bomba nuclear dobre a cidade japonesa de Hiroshima (Japão), à qual se seguiu, três dias mais tarde, a detonação de outra bomba nuclear sobre Nagasaki. As estimativas do número total de mortos giram em torno de 220.000 (duzentos e vinte mil) pessoas, sendo que é impossível contabilizar as mortes posteriores de pessoas, devido à exposição à radiação. Mais de 90% (200.000) dos indivíduos mortos eram civis – homens, mulheres, jovens, crianças e bebês. Eu mesmo conheci um homem que morreu em São Paulo na década de 70, que era bebê no dia da bomba e sobreviveu na zona rural de Hiroshima. Teve leucemia como doença terminal, mas sofreu por toda a vida as mais diversas doenças causadas pela radiação.
Essa covardia americana era para “acabar com a guerra alguns meses mais cedo”. A preparação para a rendição do Japão já estava em progresso em Tóquio
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Há pessoas (!) que acham que se tratava de uma guerra... a Segunda Guerra Mundial, que chegava ao fim, mas o ataque covarde, assassino e animalesco com a utilização de uma arma com um potencial de destruição até então desconhecido e incomparável é o maior atentado terrorista da História. Nenhum outro atentado terrorista ao longo da história humana pode se comparar a essa atitude inominável de governo e militares pusilânimes de uma nação prepotente. (O presidente daquele país se chamava Harry Truman.)
Para se ter idéia do terror, o primeiro teste nuclear havia ocorrido em absoluto segredo num deserto dos Estados Unidos no dia 16 de julho daquele ano. Apenas 21 dias antes do morticínio de civis japoneses inocentes!!! Uma arma que a humanidade jamais conhecera. (E uma arma que os mesmos Estados Unidos mantêm até hoje em seus arsenais... e proíbem qualquer outro povo de possuir!!!!)
Aquele povo que tem essa dívida para com Deus ainda era irônico: a bomba lançada sobre Hiroshima recebeu o nome de Little Boy (“Garotinho”, em português). Sua carga nuclear era composta de urânio e devia explodir ao chegar a aproximadamente 565 metros do solo. A energia liberada pela bomba era semelhante a uma carga de 20 mil toneladas de TNT. Quando atingiu seu alvo, um furacão de fogo arrasou a cidade, e o que se seguiu foi o caos: a cidade destruída, centenas de milhares de pessoas feridas, cobertas de vidro e madeira com seus corpos queimados. Elas não tinham a quem recorrer, já que suas casas foram destruídas, assim como as de seus conhecidos, e mesmo os hospitais haviam sido danificados e não tinham condições para atender à população. Faltavam médicos, enfermeiros e remédios. Mortos jaziam pelas ruas, e o cheiro da cidade era insuportável. Era a visão do apocalipse!
Como se não bastasse o horror de Hiroshima, essa mesma covardia foi repetida três dias depois na cidade de Nagasaki, que foi atingida por uma bomba com carga atômica de plutônio. Novamente, o desastre se repetiu.
Ainda hoje os sobreviventes da maior catástrofe da história trazem marcas físicas e psicológicas do terror vivido em Hiroshima e Nagasaki. Os dias 6 e 9 de agosto são relembrados, há mais de 60 anos, com muito sofrimento e provavelmente jamais serão esquecidos. Jamais podem ser esquecidos!

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