E passaram-se cem anos sem Euclides


Carol Ortiz
cacal.ortiz@hotmail.com

Este fim de semana que se passou, comemoramos os cem anos de morte de um dos maiores escritor e jornalista brasileiro: Euclides da Cunha.
Certo, um rio-pardense mediano acostumado a ouvir, se não diariamente, ao menos anualmente sobre esse homem talvez não de à ele o reconhecimento realmente merecido (a famosa frase: santo de casa não faz milagres), e isso é lastimável, já que o restante do país se exalta e reconhece o valor desse intelectual.
Veja bem, não estou generalizando todos os rio-pardenses, já que as comemorações, a maratona da Semana Euclidiana são inquestionáveis. Apenas estou tentando ressaltar o valor e a importância que Euclides tem perante o resto do Brasil. São eventos sempre interessantes, obviamente sem a tradição da Semana de Rio Pardo, mas que merece destaque.
Esse ano, para completar o centenário, a Editora Ediouro lançou uma nova versão de “Os Sertões” com a novidade de inúmeras ilustrações de vários desenhistas. São seleções de figuras de edições anteriores, inclusive uma que foi publicada em alemão. Há, também, uma introdução inédita escrita por uma professora especialista nos assuntos euclidianos: Walnice Nogueira Galvão.
“Os Sertões” deve ser considerado como um precursor do jornalismo literário brasileiro, pois narra a história da Guerra de Canudos como um texto jornalístico com toques de romance, inovando, na época, na forma de escrita. Só para lembrar, a primeira edição foi publicada em 1902 e logo se tornou um clássico não apenas por mostrar um novo estilo de escrita, mas também por ser uma fonte inesgotável de conhecimento sobre o povo de Canudos e toda sua história.
Aproveitando o centenário, outra dica interessante para assistir é o documentário “Paraíso Perdido”, que refaz o percurso que Euclides fez na Amazônia com o objetivo de combater a idéia de que o Brasil deveria entrar em guerra para lutar pela posse do território mostrado (hoje é parte do Acre). O filme mostra os 1.000 quilômetros percorridos narrando o que mudou de lá para cá. Os seringueiros saíram e entraram os índios no cenário. Vale assistir.

Um comentário:

Roland Bozz disse...

O Especial sobre Euclides da Cunha exibido pela Globonews nos últimos finais de semana foram decepcionantes. Esperava mais destaque da presença do escritor em São José. Ou falaram pouco, ou a presença dele foi mesmo insignificante, talvez hipervalorizada pelos riopardenses "euclidianistas". Será?