O furacão da Copa de 70


EMÍLIO ANTÔNIO DUVA 


Nosso saudoso Nilton do Prado (Nirtão) atendendo um pedido de um amigo levou ao Rio de Janeiro, para um apê em Botafogo, alguns eletrodomésticos - TV, geladeira, fogão, etc., em uma portentosa perua Veraneio azul pastel. Mas de lataria precária. A viagem de São José à capital fluminense foi de poucas novidades, mas enfrentou um calor de suar de bica. Feito a entrega, impecável, nosso camarada não pensou duas vezes: “vou me refrescar tomando uma carroça de chopp’s em alguma lanchonete maravilhosa desta cidade idem”. Tocou para Ipanema, e quando passou em frente ao Barril 1800, deslumbrou-se com uma pá de gringos e gringas, loiríssimas de olhos azuis da cor do mar, em frente à estupenda chopperia. Estaciou a surrada-valente, azulzinha, já rumando o local desejado e pensando em se mostrar às branconas. Foi quando viu sair de um Miura conversível um outro cidadão de ascendência afro. Nada mais, nada menos era Jairzinho, o Furacão da Copa de 70, com seu cabelo black power , tamanco e roupas exóticas.
Nirtão estufou o peito, caprichou na ginga e foi se aproximando do famoso camisa 7, o maior baladeiro do Rio na época de Hendrix.
Pensou com ele: ah... agora é que eu e o Jair vamos arrasar e faturar... beleza pura...”.
Jairzinho, com toda a moral, chega perto do nosso ilustre rio-pardense, manja a perua estacionada, saca a pintura, e tasca essa:
Maisssssssxxxxxxxxx que merrrrrrrrrda, hein crioulo?

Próxima edição: Salvo pelo Deus da Raça 

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