Artigo: O esporte e o desperdício


Rafael Kocian
Formado em Educação Física pela Unesp
rafaelkocian@gmail.com

Já começou o Brasileirão 2008, não podemos dizer que ele está a todo vapor, já que clubes como São Paulo, Fluminense e Santos dão prioridade a Taça Libertadores da América, e Botafogo, Vasco, Sport dão prioridade a Copa do Brasil, colocando o principal campeonato nacional em segundo plano.
Mesmo sendo o Brasileirão 2008, alguns clubes cumprem punição referente ao campeonato do ano passado, por exemplo, na primeira rodada Flamengo e Santos jogaram com os portões fechados no Maracanã. Apenas jogadores, dirigentes e imprensa participaram do espetáculo. Um desperdício!
É justo? Sim, justo é cumprir uma punição, quer seja no mesmo campeonato ou no seguinte, não podemos acenar com a impunidade. As famosas invasões ao campo, diminuíram e muito a partir do momento que o clube passou a ser punido. Mas, vale pensar, o que o campeonato desse ano tem a ver com o do ano passado, se os jogadores mudaram, o técnico e tudo mais? Não caberia outra punição, como multa, doações de cestas básicas, etc.
Sinceramente não tenho a resposta, tenho outra indagação: não é um desperdício o Maracanã, onde cabe mais de 100 mil torcedores, vazio num clássico nacional? Por que não punir o clube com a não abertura dos portões para a torcida “normal” (para não chamar de torcida organizada), mas, além disso, o clube deveria colocar no estádio pelo menos 20 mil torcedores (20% da capacidade do estádio), vindos de asilos, creches, abrigo das crianças.
Imagine o espetáculo: Maracanã lotado, com idosos e crianças. Tudo isso por conta do clube punido: os custos com transporte, alimentação e segurança. Assim evitaríamos o desperdício no futebol e beneficiaríamos uma parcela da população que não tem acesso a esses eventos esportivos. Quem sabe a partir disso nos acostumamos a pensar em evitar o desperdício? De eventos esportivos, de alimentos, de energia, de água, de dinheiro público, etc.

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