Marcelo Augusto da Silva
marcelo3151@itelefonica.com.br
Os comentários a respeito do final do Big Brother Brasil tomaram conta dos assuntos de muitas pessoas, de todas as idades e de todos os níveis culturais, nas últimas semanas. Na sua oitava edição, o reality show não perdeu o fôlego, pelo contrário, foi cada vez mais conquistando e ganhando fãs, que o acompanharam com toda a assiduidade.
De origem holandesa o Big Brother, que tirou seu nome do clássico da literatura universal “1984”, de George Orwell, cuja obra retrata uma Inglaterra dominada por um regime totalitário ultradireitista em que o ditador, batizado de “o grande irmão”, mantinha em cada residência uma câmera para controlar cada segundo da vida dos habitantes - nenhuma relação com a futilidade do programa - o reality show já foi exibido em mais de trinta países de todo o mundo.
O formato da versão brasileira em muito pouco se difere das tradicionais novelas globais, só que em vez das intrigas e picuinhas fictícias, as “do brother” vêm travestidas de verdadeiras, com os mesmo cansativos romances banais, disputas pessoais, rivalidades e desavenças já vistas exaustivas vezes nas versões anteriores e também nas novelas, tudo conforme dita as regras de como prender a atenção do público ao máximo.
Os participantes são escolhidos a dedo de acordo com os padrões de beleza e comportamento vigentes, e os que não passaram na “seleção” servem de piada em outros horários da emissora, o que colabora em “tapar os buracos” da baixa programação da Globo; e o próprio BB é mantido por empresas que pagam fortunas para terem seus produtos divulgados em suas exibições, pois ele se estende por um longo tempo, deixando a emissora com uma audiência cada vez maior e seus anunciantes cada vez mais multimilionários.
Em meio a tudo isso está em jogo, é lógico, a fama e a grana, onde tudo vale para conseguir o estrelato e os bens materiais oferecidos. Enquanto os jogadores se divertem, a emissora e os anunciantes enriquecem a cada minuto de transmissão e o público contribui com a sua parte, dedicando o seu precioso tempo em assistir algo que não diz respeito à sua vida e não lhe contribui em nada.
A pergunta que rolou nas últimas semanas foi quem venceu o BB. Mas esqueceram de responder quem perdeu. Quem perdeu não foi aquele participante que o público não o escolheu, mas sim os brasileiros que estavam ligados na televisão, que deixaram de brincar com seus filhos, que deixaram de namorar seus companheiros, que deixaram de dedicar um tempo para si mesmo, que trocaram uma conversa amiga, que viveram uma vã emoção, que sentiram um prazer efêmero, que passaram por uma tensão desnecessária. Se na vida dos participantes o mais importante é a fama e dinheiro, ao menos nesses tempos eles o terão. Para o público responsável pela manutenção do programa resta saber se ele tem aquilo que deseja e necessita, se já teve ou se um dia terá.
Um comentário:
Meu amigo Marcelo, concordo com quase tudo que disse, as cenas são na maioria combinadas como numa luta livre de circo, a emissora mesmo gastando horrores pra manter aquela turma, lucra absurdamente além da nossa imaginação com os anunciantes.
Mas....
É um entretenimento de graça e eles sabem fazer bem feito, imagine o quanto se gasta nos filmes Hollywoodianos, como por exemplo o "Eu sou a Lenda", onde participa uma atriz brasileira... Ahhh... esse vale a pena assistir pra "prestigiar" o talento brasileiro... Ué... não se gastou milhoes pra produzi-lo? E o MacDonalds e a Coca-Cola não contribuíram em fazer suas propagandas pra terem retorno? E o filme não é uma futilidade?
Não perdi meu tempo assistindo.
Big Brother é um teatro de graça pra quem não pode ir num de verdade: http://www.vesgo.com.br/?p=72
Abraço
Jefferson Hissnauer
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