CONFORMISMO


As caras da violência

Marcelo Augusto da Silva
marcelo315@bol.com.br

Quando se fala em violência a primeira imagem que vem é aquela associada à agressão física de uma pessoa à outra, independente do motivo. O problema da violência virou tema prioritário nos debates, nas reportagens da mídia em geral, nas salas de aula e nas conversas informais - somente para citar alguns exemplos. A violência pesa sobre a população.
Discutir sobre o assunto torna-se necessário, resolvê-lo torna-se urgente e indispensável. Não podemos afirmar em que situação se chegará com o aumento da violência nessas proporções.
Esse mal é ainda pior, pois infelizmente a violência não se restringe somente ao fato de um ser humano agredir a outro, independente desse ato ocasionar a morte ou não. Atualmente convivemos com ela em vários lugares, em várias situações e em variadas formas; talvez por ser tão corriqueira não nos damos conta dela.
Podemos encontrá-la em várias formas como num governo que nega ao contribuinte aquilo que por lei é de direito; num órgão público ou privado que obriga o indivíduo a esperar horas numa fila e ainda ser mal atendido por um profissional que não é qualificado para a função ou sequer se comove com o problema alheio; num programa teve de baixíssima qualidade que coloca um personagem em uma condição inferior e por esse fato o ridiculariza e transforma-o em uma piada que vai ser repetida e passada adiante, tomando conta do vocabulário de crianças e adultos na vida real; num pai ou numa mãe que nega um carinho ao próprio filho; num patrão que explora e humilha seu funcionário; num comercial que esnoba luxo e mercarias exuberantes enquanto a maioria das pessoas não sabem o que vão comer no dia seguinte; numa pessoa que espera durante um longo tempo uma outra terminar de consumir um líquido para pegar a latina e juntá-la a tantas outras para fazer um trocado.
Desde os primeiros anos de vida o ser humano vive em meio à violência; é fácil perceber prestando atenção nos desenhos que são exibidos às crianças que fazem da violência o lema principal, e passada a infância são os filmes que primam a brutalidade, o domínio de um ser pelo outro e na dualidade entre explorador e explorado que vão acompanhar a vida do indivíduo. De tanto conviver com a violência, ela tornou-se comum.
Pequenos detalhes, que muitas vezes tornam-se imperceptíveis aos nossos olhos, avolumam o problema e o deixa mais complexo; faz com que a saída torne-se distante. Se for urgente encontrar soluções para acabar com a violência, é igualmente urgente acabar com ela em todas suas as formas, só assim poderemos pensar em uma sociedade justa e que viva em paz.

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