HISTÓRIA

O Mosteiro e a Paróquia de São Roque



A Igreja de São Roque

Em 1939, quando na Europa eclodia a Segunda Guerra Mundial e a Alemanha vivia sob os terrores de Adolf Hitler, nem mesmo a Vida Religiosa escapou à fúria nazista: foi assim que aconteceu com a Comunidade da Abadia de Hardehausen . Seu Abade Dom Afonso Heun viu-se na obrigação de salvaguardar, ante a iminência de um ataque, seu mais precioso patrimônio: o Carisma Cisterciense na vida de seus monges.
Antes de partir para o Brasil Dom Afonso Heun escreveu para a Madre Augusta Von der Kettenburg, então superiora do Instituto Beatíssima Virgem Maria, em São José do Rio Pardo, perguntando se as mesmas não estivessem precisando de um Capelão para o atendimento e formação das irmãs. Como a resposta foi positiva Dom Afonso partiu, chegando ao porto de Santos em 15 março.
No dia 19, Dom Afonso Heun chegou a São José. Dom Afonso assumiu o trabalho de Capelão, auxiliou na Paróquia São José e seu maior trabalho foi a construção de um santuário dedicado a São Roque em parceria com italianos devotos. Porém, as amizades cultivadas em Mairinque (SP), e as dificuldades com o pároco de São José, na época, fizeram com que ele se ausentasse repetidas vezes da cidade.

Mosteiro
Com o rescrito da Sagrada Congregação para os Religiosos de 22 de fevereiro de 1943 e o decreto do Abade Geral de 25 de fevereiro do mesmo ano, erigiu-se canonicamente o Mosteiro de Nossa Senhora de São Bernardo, com direito de ter noviciado próprio.
Por ocasião do Definitorium da Ordem em 1947, Dom Afonso entregou a fundação de São José do Rio Pardo à Congregação de São Bernardo da Itália.
Foi somente em 1949 que a Congregação de São Bernardo da Itália assumiu definitivamente a fundação em São José do Rio Pardo. Os primeiros italianos a aportaram em Santos no dia 5 de junho foram: Dom Nivardo Fontemaggi, Dom André Montecchi e Dom Bernardo Biagiolli. Chegaram á cidade, acompanhados de Dom Atanásio Merckle, abade de Itaporanga, às 17h30 do dia 16 junho.
Em solene celebração pontifical no dia 19 de junho de 1949, Dom Afonso Heun, às 9hs, entregou as chaves do Santuário São Roque a Dom Nivardo. Cinco meses mais tarde, durante uma Concentração Mariana, Dom Manuel Silveira D’Elboux, bispo de Ribeirão Preto, deu a bênção à pedra fundamental do Mosteiro, pois até então os monges residiram numa casa pertencente às Irmãs da Escola Santa Maria
De 1949 a 1964 outros monges italianos se juntaram aos que já estavam em São José do Rio Pardo, pois a Congregação na Itália contava com grande número de monges e um bom noviciado. Em São José os monges passavam por muitas dificuldades, até mesma para a sobrevivência. No dia 2 de fevereiro de 1958 Dom Teobaldo Moscatelli, Abade Presidente, inaugurou o mosteiro. Mas em 64, por falta de perspectivas vocacionais o mosteiro serviu de pensionato para estudantes de cidades vizinhas e no dia 1 agosto ele foi fechado. Neste período, alguns monges retornaram à Itália, enquanto outros permaneceram em São Paulo, na Paróquia da Cachoeirinha. Contudo, por insistência de Madre Augusta e Dom Bonifácio Cicconofri, o Mosteiro foi reaberto no dia 1° outubro de 65. Em 1968, Dom Tomás Vaquero, então Bispo de São João da Boa Vista, instalava a Paróquia de São Roque, confiando-a aos cuidados pastorais do Mosteiro o qual escolheu para 1º pároco Dom Agostinho Zacchetti, jovem monge milanês. No dia 2 de fevereiro do mesmo ano entrou para o noviciado na Congregação, o jovem Orani João Tempesta (o primeiro noviço brasileiro); emitiu os primeiros votos em 02/02/69 e os solenes em 02/02/72. Nesta mesma época Dom Eugênio Zenobi recebeu a permissão para a abertura de uma residência em Caracol-PI que veio a durar mais de 20 anos. De 1968 a 1976 os que ingressaram fizeram o noviciado em Itaporanga. Todavia em 02/02/1978 é constituído o noviciado em São José do Rio Pardo, tendo como Mestre Dom Bonifácio Cicconofri e os primeiros noviços, Dom Edmilson Amador Caetano e Guilherme Galdino Neto (já falecido). Este é considerado o período de consolidação da comunidade monástica.

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