CULTURA


Inesquecível Pica-Pau

Carol Ortiz
cacal.ortiz@hotmail.com

Dono de uma risada inigualável, maluco, atentado, endiabrado, com um penacho vermelho na cabeça, Pica-Pau já foi um mero coadjuvante do desenho animado. Criado por Walter Lantz, ele era apenas o amigo do urso Andy Panda, mas passou a roubar a cena e ganhou um espaço eternizado.
Gerações e gerações já passaram a infância em sua companhia. O desenho, que ainda continua no ar, pode ser conferido na Rede Record. Sua força é tão grande que continua ameaçando a audiência (no final do ano chegou a liderar o Ibope, deixando a Globo e SBT para trás).
A história do pássaro maluco é interessante: Pica-Pau nasceu nos anos 40 e após alguns episódios, roubou a cena de vez e ganhou uma série só dele. O primeiro episódio (engraçadíssimo, diga-se de passagem) Cracked Nut, os animais, sem aguentar as loucuras do personagem, o mandam para o psiquiatra que acaba enlouquecendo literalmente com as loucuras do diabinho Pica-Pau.
Nessa época, desenho animado não era feito só para a criança, mas sim para o público em geral e tudo podia ser usado desde que seduzisse o telespectador. Talvez por isso o pássaro nasceu estrábico, com um olho de cada cor e completamente louco. Com o passar do tempo, foi ficando mais mansinho. Em meados dos anos 40, já era um sucesso da mídia, recebendo em 1943 uma indicação ao Oscar pelo episódio The Dizzy Acrobat. O mesmo sucesso ocorreu com Musical Moments From Chopin, de 1947 e Wet Blanket Policy de 1948. Dia 3 de outubro de 1957 apareceu pela primeira vez na TV pela NBC com um show próprio: The Woody Woodpecker Show, patrocinado pela Kellog´s.
O personagem tem como a principal característica a risada (que no original era feita por Mel Blanc) e deve muito de sua personalidade à outro doido da animação: Pernalonga. Há uma lenda que envolve sua criação. Dizem que Walter Lantz estava em lua-de-mel com sua mulher em Sherwood Lake , California, e as horas de amor eram interrompidas por um barulhento pica-pau no telhado do quarto. O pássaro era tão irritante que a primeira coisa que Lantz fez foi criar o desenho.
O último episódio foi Indian Corn de 1972. No Brasil, Silvio Santos o importou nos anos 70 como uma das atrações principais de Domingo no Parque. Nos anos 90 houve uma tentativa de recriar a história, mas o sucesso nunca foi o mesmo do que ocorreu com os capítulos originais em que a ave era insana e maldosa. O total de episódios estrelados entre 1941 e 1972 alcançou o número de 200 desenhos.

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