VIAS PÚBLICAS

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Zona Azul: prós e contras

Marcelo Augusto da Silva

marcelo3151@bol.com.br



A frota de veículos de São José do Rio Pardo cresceu num processo natural e irreversível, pois como disse Euclides da Cunha, “não há como conter o progresso”. Nesse contexto foi criada a Zona Azul para resolver o problema da falta de vagas nas ruas centrais da cidade. Desde então, ela vem sendo uma divisora de opiniões.
Se um município cresce devemos acompanhar sua expansão ou no mínimo nos adequarmos a ela, o que justifica assim a criação do estacionamento propriamente dito. Porém, vale ressaltar que por envolver vias púbicas e o seu respectivo pagamento, sua instalação e manutenção devem ser realizadas com muita cautela.
Inicialmente o parqueamento solucionou o problema das vagas, pois o sistema não permite que um automóvel permaneça horas estacionado num mesmo local. Além do mais a Zona Azul permitiu a criação de oportunidades para os jovens ingressarem no mercado de trabalho.
Todavia, tudo que envolve a “coisa pública” tem seus problemas, a começar pelo número excessivo de ruas que fazem parte da Zona Azul, ficando além daquelas centrais .
Na época de sua implantação, o projeto, aprovado pela Câmara, determinava que as ruas que fariam parte do sistema eram aquelas de maior concentração comercial, mas com o passar do tempo ela foi sendo ampliada, alcançando hoje ruas distantes dos pontos propostos. Há ruas onde não existe comércio, mas a Zona Azul está presente, para que o motorista que não queira pagar a taxa seja impossibilitado de estacionar seu veículo e deslocar-se a pé até o seu destino. Um estacionamento pago deveria ser feito para resolver o problema do trânsito não para punir motoristas. Isso porque, embora seja feita para garantir a rotatividade das vagas, tal cobrança fere o direito fundamental de ir, vir e permanecer, garantido pelo artigo 5º, inciso XV da Constituição Federal.
Outro fator que causa desconforto aos usuários é o preço cobrado pelo serviço, que não oferece mais a tarifa de 30 minutos de permanência, obrigando o motorista a pagar por um serviço mesmo que não vá usá-lo.
À equipe responsável pela manutenção da Zona Azul, todo o respeito pela competência na realização do serviço, mas é preciso pensar detalhadamente em cada questão que envolva o seu funcionamento, para que assim se possa garantir a satisfação dos rio-pardenses.

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