Rio-pardenses que caíram no golpe da pirâmide vão à Justiça
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Omni International, você conhece ou já ouviu falar dessa empresa? Em São José, um grupo de 30 pessoas que tiveram contato com ela decidiram entrar na Justiça, há cerca de um mês, com uma ação de perdas e danos. O advogado que está cuidando da ação não quis se identifiar, mas informou que no município, dezenas e dezenas de pessoas foram vítimas dessa empresa. Sabe-se que em São Sebastião da Grama, Vargem Grande de Sul e Divinolândia também há pessoas descontentes com ela. Em um dos casos, contou o advogado ao da Silva, uma jovem de Divinolândia iludida pelo lucro fácil, chegou a pedir dinheiro para um parente e financiou o restante em um banco para firmar o contrato de concessão de uma “mega loja virtual” e também o “direito de vender o Kit Omni International”. No caso da jovem, ela levantou R$ 4 mil para dar a empresa. Ainda de acordo com as informações do advogado, os valores para se tornar membo da “família Omni” variam de R$ 3 mil a R$ 5 mil. Pago esse valor, a vítima torna-se agente de vendas. Então, para não ficar no prejuizo, ela tem que levar outras pessoas a adiquirirem as supostas vantagens da empresa para receber as comissões. O que não acaba ocorrendo, pois se não conseguir indicar o nome de outras duas pessoas ela perde o direito de receber qualquer valor – quebra a corrente. “As pessoas são atraídas porque buscam lucro rápido e vultuoso. Esse sistema aplicado por essa empresa é conhecido como piramidê financeira, corrente ou pichardismo”, disse o advogado. De acordo com algumas pessoas que chegaram a aparticipar em uma das reuniões de treinamento em Ribeirão Preto, “tudo era muito estranho, a começar pelo valor que é pago para participar do evento. “Na verdade não há treimaneto, apenas um espetáculo que beira à lavagem cerebral dos participantes – discursos inflamados e vídeos tentando impressionar o público com o enriquecimento fácil”, disse essa pessoa que também não quis se identifiar.
Ribeirão Preto
Em Ribeirão Preto o caso foi parar na polícia. No site da Omni, informações divulgam que a empresa é internacional, que atua em três continentes, além de ter mais de 40 mil clientes. Com a propaganda, uma dona-de-casa de Jardinópolis que não quis se identificar, diz que desembolsou R$ 4,9 mil, apostando no sonho de ficar rica. Nesta segunda-feira, dia 1°, ela procurou a polícia para reclamar que foi enganada. “Eu sabia que teria que indicar mais pessoas para o negócio para poder ganhar, mas a minha intenção não era enganar ninguém”, disse. O publicitário Rafael Pamplona conta que também chegou a participar das reuniões organizadas pela empresa, em Ribeirão Preto. Mas desconfiado, desistiu. “Eles fazem uma propaganda maciça na hora em que estão apresentando os produtos, mostram vídeos, tentam entusiasmar as pessoas de qualquer modo”, afirma. Em Ribeirão tem-se a notícia de que sete pessoas contrataram a advogada Aparecida Vincentini e querem o ressarcimento. Cada uma delas pagou R$ 4,9 mil. A advogada ribeirãopretana, assim como o rio-pardense, comungam da mesma tese, a empresa funciona como uma pirâmide. Segundo ela, só em Ribeirão a empresa deve ter faturado perto de R$ 24 milhões. Clientes disseram que pediram dinheiro emprestado e até falsificaram informações para obter crédito. “É oferecida uma mega loja. É uma forma que eles usam para induzir as pessoas a atraírem outras para o negócio”, diz. O motorista Wellington dos Santos, de São Joaquim da Barra, decidiu assinar o contrato e chegou até a pegar dinheiro emprestado com o amigo que indicou a empresa, mas desistiu de convidar outras pessoas para o negócio. A sócia da OMNI em Ribeirão Preto, Juliana Agostineto, prestou depoimento. Na saída, negou que a empresa esteja enganando as pessoas.”Nós temos um produto, que é a loja virtual. Nossos clientes compram essa loja, e se conseguirem indicar uma nova pessoa para fazer parte da nossa comunidade, ganha uma premiação”, alega. A polícia deve ouvir também as pessoas que registraram boletim de ocorrência. Na região, a empresa tem 6 mil clientes cadastrados.”É uma empresa constituída e que possui contrato social, mas, como existem três pessoas fazendo acusações, foi aberto um inquérito”, explica o delegado Aroldo Chaud. Segundo Chaud, uma das acusações é de que a empresa induziria as pessoas a conseguirem crédito no comércio de maneira fraudulenta.
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