PSICOLOGIA


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Falando sobre depressão



Waldemar Fiorante Júnior – psicólogo clínico, atende crianças, adolescentes, adultos e melhor idade

Médicos, psicólogos e psicanalistas costumam denominar a depressão como o mal do mundo contemporâneo. Realmente não é para menos, esta doença se encontra entre as mais diagnosticadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e vem afetando, só no Brasil, cerca de 10 milhões de pessoas.
Segundo a OMS, a depressão é a doença psiquiátrica mais diagnosticada atualmente, ocupando o quarto lugar entre os maiores problemas de saúde do Ocidente, para ilustrar este fato temos a pesquisa realizada pelo mesmo órgão onde nos mostra a prevalência de 2,3% a 3,2% para o sexo masculino e 4,5% a 9,3% para o sexo feminino.
Uma outra pesquisa nos mostra que o Distúrbio Depressivo Maior durante a vida de uma pessoa apresenta 7% a 12% para o sexo masculino e 20% a 25% para o sexo feminino, lembrando que os fatores de risco aumentam em mulheres, quando parentes de primeiro grau já sofreram da doença ou ocorreram episódios anteriores de depressão maior. A Depressão ou Hipotimia é caracterizada por marcantes alterações afetivas.
Uma pessoa deprimida geralmente experimenta a negatividade da vida de forma desesperadora ou angustiante, outra pode sentir a vida como intolerável.
Geralmente o distúrbio depressivo está relacionado com a angústia e/ou melancolia. Os sentimentos de impotência e derrota dominam a vida do indivíduo criando um cenário de horror, noites insones são povoadas por medos e mal-estar, inevitavelmente guardadas com terror. Os dias iniciam-se com o pesadelo de novas e intermináveis provações a enfrentar. Até as atividades elementares, como: levantar-se, lavar-se, passear, alimentar-se entre outras, custam um esforço terrível e inimaginável.
Os sintomas que podem ser observados em pessoas em processo depressivo ou mesmo já afetadas pela doença são: Humor deprimido a maior parte do dia; diminuição do interesse ou do prazer na maioria das atividades; aumento ou diminuição do apetite; aumento ou diminuição do sono; agitação ou limitação dos movimentos; fadiga ou falta de energia; sentimentos autodepreciativos e culpa excessiva; sensação de inutilidade; sucessão de dias que parecem iguais, sem melhoras está sempre presente na visão pessimista do paciente depressivo.
Acontecem com freqüência casos de suicídio em pessoas depressivas, principalmente quando o médico ou psicólogo que está tratando o indivíduo com esta doença, não fica sabendo para melhor tratá-la. È fundamental ao médico e ao psicólogo investigue se o paciente apresenta idéias suicidas ou não, só assim será realizado um tratamento adequado.
Existem pessoas que não possuem uma consciência da doença e não perceba totalmente o que está acontecendo, outros sentem que estão doentes, porém recusam ajuda profissional.
Para a psicanálise a culpa constitui um elemento patológico nuclear da depressão, motivando um dos mais importantes fatores de transição do apego à vida ao suicídio. Essa atitude, todavia, não seria voltada apenas a interromper a própria vida, dolorosa e sem esperança, mas também a liberar o mundo da própria presença, considerada nefasta. O espaço deprimido tende a ser vazio, chato, sem relevo e sem perspectiva. Com tratamento medicamentoso, em casos mais graves, o indivíduo começa apresentar melhoras, porém é necessário buscar ajuda psicológica para compreender a origem dessa doença, bem como reviver sentimentos até então desorganizados internamente, melhorando assim suas perspectivas frente à vida e possibilitar uma reconstrução de sua própria história.
Através da psicoterapia o paciente deprimido poderá reorganizar seus pensamento e afeto, criando assim uma postura ímpar frente as suas dificuldades, conhecendo cada vez mais seus mecanismos de defesa e propiciando gradativamente condições favoráveis para construir seu processo de individuação.

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