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Filmaço para cinéfilos e, bem além disso, para um público especial (conforme aparece no início do filme). A prova de morte ou Death Proof no original chegou ao Brasil com três anos de atraso. Rodado em 2007 junto com o projeto Grindhouse, feito com o amigo Robert Rodriguez, tinha como pretensão imitar uma velha sessão de cinema, daquelas exibidas nos antigos e típicos drive-in americanos dos anos 70. Rodriguez seria o responsável pelo trash e muito bom Planeta Terror (aos fãs de trash, assistam) e Tarantino pelo engraçadíssimo Death Proof. Ambos os filmes seriam exibidos numa única sessão de cinema.
Entretanto, o resultado comercial não foi dos melhores e por esse motivo os dois filmes foram lançados separadamente e com essa “pequena” demora.
Imaginem o fato: é um longa rodado em 2007, mas como se fosse uma produção de baixo orçamento dos anos 70, o que é caracterizado por suas cores saturadas.
Digitalmente, os efeitos visuais modernos ajudam a dar um toque de antiguidade, pois imitam os defeitos de um filme velho, como riscos, manchas, diálogos repetidos, pulos e cortes de algumas cenas, dando a impressão de salto de projeção de um rolo para o outro.
A história se passa no interior do Texas, onde três belas garotas despertam a atenção do psicopata stuntman Mike (Kurt Russell), que roda solitário pelas estradas norte americana. Após uma morte trágica do grupo de mulheres, o que parecia ser uma coisa, se mostra outra completamente diferente. É aí que o filme da uma reviravolta. Dublê Mike continua solto pelo mundo e encontra outras inocentes, lindas e completamente piradas e malvadas meninas. A história passa, nesse momento, a ser totalmente imprevisível. Temos a falsa sensação de que podemos saber o final, mas eis que Tarantino nos arma uma armadilha e o riso dado durante a sessão, muitas vezes é de nervosismo e outras de surpresa total. Imprevisível. Foge de todos os padrões de serial killer (inclusive o machão psicopata se mostra hilariamente diferente do perfil de assassinos).
A prova de morte causou sensação em Cannes e talvez não agrade a todos, pois como já disse no início, é feito para um púbico seleto. O que era para ser um filme sem compromisso, só por diversão, acabou virando uma obra e tanto. Assistam, muito bom mesmo!
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