Emílio Antônio Duva
Amanhã o Flamengo, clube com a maior torcida de futebol do imenso continente verde-amarelo, poderá tornar-se campeão brasileiro de 2009 - depois de 17 árduos anos de espera.
E assistindo o Baú do Assaf, via net, deliciei-me com a historia que ora apresento aos meus caríssimos e estarrecidos leitores; depois de mais um episódio de como guardar dinheiro nas meias, haja vista que não usamos pasta 007, ok ladys and gentlemans?
E depois que o Flamengo acabou de montar aquele timaço de Zico, Raul, Adílio e Rondinelli (anos 80), esta equipe já campeã do mundo, dirige-se até o longínquo bairro de Campo Grande, RJ, no estádio acanhado de Ítalo Del Cima, numa noite de quarta-feira, num amistoso tipo caça-níqueis, homenagens póstumas, discursos de políticos, entregas de brindes, etc.
Na galera do Mengo, estava Ramiro, um crioulo tipo doido e metido a estudioso de regras de futebol. Jogo vai, jogo vem e o Mengão faz 2 a 0 já no começo do primeiro tempo. De repente o assistente de arbitragem, mais conhecido como ba ndeirinha, levanta o instrumento de trabalho acenando um impedimento do ataque do rubro negro. Ramiro levanta-se, desce uns 30 degraus, soltando palavrões homéricos e chega até o alambrado:
“Ô bandeirinha, ô bandeirinha filho da puuuta. Você não sabe que não existe impedimento quando a bola parte da lateral ao ataque? Não conhece a regra? Seu filho da puuuta. Vou te dar um caderno de 200 folhas e você vai escrever a regra em todas as folhas”. Inconformado, atira um dos seus sapatos em direção ao bandeira.
Jogo vai, jogo vem, novo erro do esmo assistente, e novamente Ramiro desce mais uma vez os 30 degraus, já manquitolando, e dá novo sermão, solta o seu indefectível “filho da puuuta” e joga o seu último sapato em direção ao já assustado-insaturado bandeirinha. E minutos depois, termina o primeiro tempo. A galera naturalmente dirige-se aos bares próximos, e Ramiro já descalço e incomodado, dirige-se ao bandeirinha. Então falando mais baixo:
“Bandeirinha, ô bandeirinha... Por favor”.
Diante do “por favor” de Ramiro, o assistente de arbitragem volta às costas, vê Ramiro e diz:
“O que é que você quer agora seu mala?”
Então Ramiro diz:
“Dá pro senhor devolver meu par de sapatos?”
Coisas da bola, coisas da vida, coisas do país sem pasta, mas com muita meia cheia de podres propinas.
Eu e o Futebol: Um torcedor rubro-negro
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Um comentário:
esse Milin é muito bom pra contar história de futebol.
Parabéns!!!
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