Alunos da FEUC participam de palestra sobre consciência negra


Alunos do curso de História da Faculdade Euclides da Cunha (FEUC), acompanhados do professor Marcos De Martini, estiveram na última terça-feira, 17, na Câmara de São José do Rio Pardo participando de uma palestra sobre consciência negra.
O evento serviu para marcar o início da primeira “Semana Rio-pardense da Consciência Negra” tendo o dia 20 de novembro - Dia Nacional da Consciência Negra - como dada central da manifestação no município.
Em muitas cidades do estado como São Paulo, Campinas, Mococa, Rio Claro, São João da Boa Vista, Ribeirão Preto, dentre outras, o dia 20 de novembro é feriado. Essa data também é lembrada em centenas de outros municípios Brasil a fora. Ele é instituído por com base em leis municipais e estaduais e por isso não acontece em todas as cidades brasileiras.
Em São José do Rio Pardo, no entanto, através da iniciativa do vereador José Antônio Tobias (PSB), criou-se a “Semana Rio-pardense da Consciência Negra”. O projeto do parlamentar foi aprovado na sessão ordinária do dia 3 de novembro.
Abrindo à primeira Semana da Consciência Negra, o vereador convidou a advogada Maria de Lourdes Oliveira Juvêncio para falar sobre igualdade racial e o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. Maria de Lourdes pertence à Comissão do Negro da OAB de São João da Boa Vista, onde também é militante do Movimento Negro, União e Mudança Protea.
A palestra ocorreu após a sessão ordinária. Acompanharam a iniciativa dezenas de pessoas, em sua maioria estudantes da Faculdade Euclides da Cunha (FEUC) e da escola Euclides da Cunha.
A palestra teve a participação do presidente do Movimento Negro, União e Mudança Protea, o professor Marcos Paulo, que reforçou a existência do preconceito velado na sociedade brasileira e a importância de resistência do povo negro na manutenção de sua cultura.
Ao fim, Tobias foi parabenizado pelos vereadores e também por professores e estudantes.
O 20 de novembro relembra o dia em que Zumbi dos Palmares, o líder do Quilombo dos Palmares e um dos principais símbolos da resistência negra à escravidão, foi assassinado, provavelmente, em 1695. De acordo com secretaria, em 1971, ativistas do Grupo Palmares, do Rio Grande do Sul, concluíram que Zumbi foi morto no dia 20 e a data foi escolhida como Dia da Consciência Negra. Sete anos depois, o Movimento Negro Unificado incorporou o dia como celebração nacional. Nesta data são promovidos fóruns, debates e programações culturais sobre o tema em todo o país.
Segundo o vereador Tobias, para o próximo ano a “Semana Rio-Pardense da Consciência Negra” terá diversas atividades. Para garantir seu sucesso foi formada uma comissão com integrantes da Câmara e do Departamento de Esportes e Cultura (DEC) para trabalhar no planejamento do evento - que passa a integrar o calendário das datas comemorativas municipais.

Mais atividades
Ainda como parte das atividades da Semana da Consciência Negra, na quinta-feira, a FEUC, através do seu Departamento de História, realizou um debate sobre a questão do negro da sociedade.
O evento teve início às 19h30 e contou com a participação dos alunos do 3º ano de História Luana Miguel, Filipe Garcia Braga e Luciana da Cruz e o vereador Tobias. A abertura do evento foi realizada pelo professor Marcos de Martini, coordenador do Departamento de História, e os trabalhos da mesa conduzidos pela professora Benedita Luiza da Silva. O evento também contou com a participação dos alunos de dança da Fábrica de Expressão que demonstraram, através de uma apresentação, a riqueza e a contribuição cultural do negro para o Brasil.
Ainda antes do debate, os alunos do 3º ano apresentaram vídeos e o documentário “África o despertar de um continente”, produzido pelos estudantes.
De maneira alternativa, o documentário traz relatos de profissionais da área de educação, e até mesmo de estudantes, sobre a questão do preconceito racial e como isso se dá no âmbito escolar. O evento foi encerrado após o debate, onde os alunos com base em seus Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), juntamente com a experiência do vereador como militante das questões afirmativas do movimento negro em Rio Pardo, expuseram a realidade pouco comentada no dia-a-dia – a falta de oportunidade e de respeito ao negro na sociedade.

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