Artigo: Eleições e o Esporte


RAFAEL KOCIAN
rafaelkocian@gmail.com

Processos eleitorais são momentos especiais que merecem carinho e atenção dos envolvidos. No mínimo satisfação ao povo.
Não quero e não estou falando sobre eleições municipais, pois essas já passaram, pelo menos nas cidades onde não há segundo turno, quero propor uma reflexão sobre as eleições que envolvem o campo esportivo.
Sim, tivemos na semana passada em meio a guerra eleitoral no país, eleições para a presidência do COB (Comitê Olímpico Brasileiro). Carlos Nuzman foi reeleito por aclamação em uma eleição combinada entre amigos, sem convocação ou edital em nenhum jornal de porte considerável (como prevê estatuto).
Uma agressão à democracia e a todos aqueles que ainda tem vergonha na cara.
Chegamos ao absurdo de ver Alberto Murray Neto, atual conselheiro do COB, ser reeleito ao Conselho sem sequer saber que participava de eleição. Recebeu a notícia em Portugal com espanto e alegria. Por debaixo do pano não tem perigo de ouvir o que tem que ser dito, principalmente após Jogos Olímpicos, muito menos ser rejeitado em uma eleição de candidato único. Por que temer a democracia? Será que teria ele medo de ser varrido do COB assim como diversos candidatos foram rejeitados nas eleições municipais?
O poder a qualquer custo cega as pessoas que o querem, e aos que apóiam também. Triste é para o esporte brasileiro, para aqueles que acreditam que o esporte pode transformar o ser humano e para o bolso dos contribuintes, pois afinal, as prestações de contas do Pan-americano de 2007 não foram entregues ainda. Isso é no mínimo estranho para um candidato eleito por aclamação.
Tudo isso soa mal para um país que pretende sediar Jogos Olímpicos, ou será que o COB acha que isso não é visto pelos Comitês Internacionais. Não só é visto, como é repugnado, assim como o cidadão repugna e não vota em alguém por algum motivo.

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