Momento Espírita: Jejum e Oração

Grupo Espírita Hilário Silva

Jesus havia descido do Monte onde Pedro, Thiago e João haviam presenciado o fenômeno da transfiguração. Quando chegaram até à multidão, aproximou-se-lhe um homem, pondo-se de joelhos diante Dele, e dizendo: “Senhor, tem misericórdia de meu filho, que é lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo, e muitas vezes na água. E trouxe-o a teus discípulos, e não puderam curá-lo.”
Eis que Jesus lhe respondeu: “Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei eu convosco, e até quando vos sofrerei? Trazei-mo aqui.”
O evangelista Mateus narra que Jesus repreendeu o espírito mau que estava com o jovem e o espírito o abandonou.
Os discípulos se aproximaram de Jesus, curiosos, e, em particular, lhe perguntaram: “Por que não pudemos nós expulsar o espírito mau?”
Ao que o mestre lhes redarguiu: “Por causa de vossa pouca fé. Porque, em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: passa daqui para acolá, e há de passar. E nada vos será impossível.”
Finaliza Jesus a lição, afirmando: “Mas esta casta de demônios não é expulsa senão pela oração e pelo jejum.”
É necessário serenar a alma e as idéias preconcebidas, e refletir profundamente sobre a proposta de jejum e oração oferecida pelo Rabi.
Será que Jesus, ao propor o ato de jejuar, referia-se a deixar de se alimentar regularmente? Pois é assim que muitos entendem até os dias de hoje. Por isso, faz-se mister que nos debrucemos sobre a temática a partir deste ponto.
A proposição do mestre ia muito além da dieta alimentar. Ele trazia à idéia da abstinência moral, de abster-se de tudo aquilo que nos conduz aos excessos. Fala ele, assim, de um jejum do comportamento doentio. Este é o único caminho para a libertação das influências deletérias dos obsessores espirituais.
A oração é primordial, pois nos liga ao Criador, nos purifica os pensamentos e eleva a sintonia mental. Junto dela, a mudança de comportamento, de direção nos propósitos de vida é fundamental. Os espíritos infelizes se ligam a nós através da sintonia com nossas misérias íntimas. Se deixarmos de cultivar tais misérias, se alterarmos a faixa mental, não haverá mais compatibilidade nesse plug psíquico. A privação das ações negativas, dos desejos malsãos deve ser o jejum para a alma que deseja se libertar de qualquer influência espiritual inferior.
A fé raciocinada e a ação no bem nos protegem de tudo. Não há o que temer, quando as mãos estão perfumadas pelas flores do bem que deixamos pelo caminho. Não há o que temer, quando o coração está aquecido pela certeza de que as leis de Deus são perfeitas, e que a presença Divina é constante em nossas vidas. Perante qualquer dificuldade que venhamos a enfrentar, lembremos da lição do jejum e da oração. Lembremos deste medicamento poderoso de que todos podemos dispor, basta querer.

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