Marcelo Augusto da Silva
marcelo3151@itelefonica.com.br
No último dia 21 o Brasil comemorou o Dia de Tiradentes. Nada melhor para o povo que um feriado, ainda mais como esse, que foi na segunda-feira. É dia de descanso, passeio, viagem, enfim, uma oportunidade de quebrar a rotina do trabalho.
Porém, muitas pessoas, inclusive os estudantes, não sabem e nem tem interesse em saber porque nesse dia é feriado, apenas desejam desfrutar a data.
Elevado à categoria de herói da nação, Tiradentes foi um dos integrantes dos inconfidentes mineiros, grupo que no final do século XVIII, impulsionados pela cobrança exagerada de impostos e pelas restrições que Portugal impunha à colônia, organizaram um movimento de independência. A malograda revolta resultou na prisão e no exílio dos envolvidos, cabendo a Tiradentes a pena capital, que serviu como exemplo a outros possíveis movimentos emancipacionistas.
Contudo só depois de muito tempo, já na República, é que o alferes foi consagrado a tal categoria. Sem dúvida a Inconfidência Mineira e sua participação foram notáveis, embora seus integrantes mesmo aspirando os ideais da Revolução Francesa e a independência, defendiam interesses próprios. O título de herói da República também lhe cai bem, uma vez que ao tentar se libertar de Portugal certamente o Brasil passaria a adotar um sistema republicano.
Mas será que Tiradentes foi o único brasileiro a lutar pelo país ou a tentar promover alguma modificação nas estruturas econômicas, sociais e políticas do país? E os tantos outros que perderam suas vidas também buscando um ideal coletivo.
Todos precisam de um herói, seja ele real ou fictício. É na figura heróica que o ser humano busca apoio, inspiração, motivação. Heróis nascem, não são criados; eles surgem a partir do imaginário popular e vão tomando dimensão até se transformarem em mito, em figura lendária. Se Tiradentes foi criado como herói e o país passou a reservar um dia à sua memória por outro lado essa iniciativa parece hoje ter perdido ainda mais o seu sentido. Por outro lado atualmente ninguém tem como herói alguém que lutou corajosamente para conquistar a liberdade do seu país. Hoje os heróis, as figuras que povoam a mente dos brasileiros, são meras pessoas comuns e vulgares que conquistam a notoriedade por causa da mídia. São pilotos de corrida, jogadores de futebol, atores e atrizes, emergentes que se envolvem em causas sociais para ganhar destaque e toda a corja egoísta e individualista que ganha vulto graças à televisão. Se Tiradentes tinha um ideal a buscar o que buscam os “heróis” de hoje? Se for para lembrar de heróis, que nenhum fique esquecido. Salve Lamarca, Chico Mendes, Antonio Conselheiro, João Maria, Marighela, Vladimir Herzog, e todos aqueles que morreram no anonimato em prol do bem da nação, os nossos verdadeiros heróis.
marcelo3151@itelefonica.com.br
No último dia 21 o Brasil comemorou o Dia de Tiradentes. Nada melhor para o povo que um feriado, ainda mais como esse, que foi na segunda-feira. É dia de descanso, passeio, viagem, enfim, uma oportunidade de quebrar a rotina do trabalho.
Porém, muitas pessoas, inclusive os estudantes, não sabem e nem tem interesse em saber porque nesse dia é feriado, apenas desejam desfrutar a data.
Elevado à categoria de herói da nação, Tiradentes foi um dos integrantes dos inconfidentes mineiros, grupo que no final do século XVIII, impulsionados pela cobrança exagerada de impostos e pelas restrições que Portugal impunha à colônia, organizaram um movimento de independência. A malograda revolta resultou na prisão e no exílio dos envolvidos, cabendo a Tiradentes a pena capital, que serviu como exemplo a outros possíveis movimentos emancipacionistas.
Contudo só depois de muito tempo, já na República, é que o alferes foi consagrado a tal categoria. Sem dúvida a Inconfidência Mineira e sua participação foram notáveis, embora seus integrantes mesmo aspirando os ideais da Revolução Francesa e a independência, defendiam interesses próprios. O título de herói da República também lhe cai bem, uma vez que ao tentar se libertar de Portugal certamente o Brasil passaria a adotar um sistema republicano.
Mas será que Tiradentes foi o único brasileiro a lutar pelo país ou a tentar promover alguma modificação nas estruturas econômicas, sociais e políticas do país? E os tantos outros que perderam suas vidas também buscando um ideal coletivo.
Todos precisam de um herói, seja ele real ou fictício. É na figura heróica que o ser humano busca apoio, inspiração, motivação. Heróis nascem, não são criados; eles surgem a partir do imaginário popular e vão tomando dimensão até se transformarem em mito, em figura lendária. Se Tiradentes foi criado como herói e o país passou a reservar um dia à sua memória por outro lado essa iniciativa parece hoje ter perdido ainda mais o seu sentido. Por outro lado atualmente ninguém tem como herói alguém que lutou corajosamente para conquistar a liberdade do seu país. Hoje os heróis, as figuras que povoam a mente dos brasileiros, são meras pessoas comuns e vulgares que conquistam a notoriedade por causa da mídia. São pilotos de corrida, jogadores de futebol, atores e atrizes, emergentes que se envolvem em causas sociais para ganhar destaque e toda a corja egoísta e individualista que ganha vulto graças à televisão. Se Tiradentes tinha um ideal a buscar o que buscam os “heróis” de hoje? Se for para lembrar de heróis, que nenhum fique esquecido. Salve Lamarca, Chico Mendes, Antonio Conselheiro, João Maria, Marighela, Vladimir Herzog, e todos aqueles que morreram no anonimato em prol do bem da nação, os nossos verdadeiros heróis.
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