Feuc, a portaria 353 e seu desdobramento
Miguel Paião
miguelpaiao@ibest.com.br
Apesar de nunca ter estudado na Faculdade Euclides da Cunha (Feuc), ex Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL), sempre tive um carinho enorme pela instituição. Através dos amigos que lá estudaram e de outros tantos que lá lecionam, passei a acompanhar a vida da Faculdade e, nos últimos quatro anos comecei a ficar atento aos problemas que vinham surgindo. Vi diversas pessoas rechaçarem a vinda da Universidade Santana, para preservar a Faculdade, vi também as mesmas pessoas se calarem com a chegada da Unip. Enquanto isso, na região, a Unifeg, em Guaxupé, e a Unifae e Unifeob, em São João da Boa Vista, cresceram de forma considerável não só em tamanho, mas também na oferta de novos cursos. Instalou-se faculdade em Descalvado e criou-se uma outras em Casa Branca. Essas mudanças no cenário regional refletiram na instituição rio-pardense. Estagnada e com poucas perspectivas, não demorou muito para que os problemas outrora inexistentes começassem a surgir e intensificar – concorrência. O estado foi agravando, agravando até chegar aonde chegou, em um dédalo sem placas. Concorrência quase desleal, falta de investimento, redução de alunos, cursos pouco atrativos – apesar da qualidade – e a inexistência de vontade política de tentar solucionar o caso, isso partindo do pressuposto que a Feuc é uma autarquia. O caso é de alta periculosidade. A Faculdade de São José, hoje, é como uma vítima de um acidente de carro que está deitada no acostamento, com ferimentos graves por todo o corpo, que deve ser removida apenas por pessoas capacitadas, pois senão, na ânsia de tentar salvá-la poderá matá-la ou deixar seqüelas insanáveis. Nos últimos dias, numa situação de urgência urgentíssima, a direção da Faculdade – totalmente isolada e vendida - decidiu tentar estancar algumas hemorragias aumentando a arrecadação. Para isso, a direção decidiu criar a Portaria 353 estabelecendo algumas medidas de contenção, dentre elas, prazo para negociações de dívidas, aumento da mensalidade, a criação de um fiador no ato da matrícula e criação, a partir do próximo ano, de cursos semestrais. Tudo isso para evitar a inadimplência, que em alguns meses chegou a 70% em alguns cursos, e evitar que os alunos ficassem empurrando dívidas, sem nenhum compromisso, até se formarem. Foi o suficiente para que a verdade viesse à tona; a direção da Feuc, refém da prefeitura, não tem apoio dos alunos, do prefeito e tão pouco por parte dos professores. Mesmo assim, o cerco aos alunos em débito fez com que o Diretório Acadêmico, adormecido há tempos, instigado por alguns professores descontentes, saíssem em manifestação repudiando a atitude da direção. O grupo Amigos da Feuc que há meses vem tentando contribuir com a instituição, inclusive realizando eventos, também se colocou, pelo menos aparentemente, contrário à portaria 353. Está claro que o prefeito João Santurbano (PSDB), responsável pela instituição e que não fez nada por ela até agora, continuará inerte e estudando. Ele não irá socorrer a faculdade, por falta de interesse, e não a ajudará os alunos, pois senão terá que arcar com as mensalidades. Conclusão, a direção está lascada. Para alguns a medida tomada por ela foi “um tiro no pé”, pois poderá perder mais aluno. Já para Faculdade, que já teve os dois pés amputados em razão do acidente, não restou alternativa a não ser tentar garantir a arrecadação de sua única fonte de renda, as mensalidades. Em último caso, a direção acredita que se perder aluno, serão os que já não vem pagando as mensalidades há anos. Quanto ao prefeito, o máximo que ele fará pela instituição é repassar esporadicamente, alguns recursos paliativos até que ela se definhe de vez. Pois, esse é o pensamento do PSDB, a criação do estado mínimo.
Pra ajudar, criou-se uma cultura maléfica no município de que qualquer recurso que possa vir para cidade – principalmente para as entidades – tem que ser através do gabinete do Sô Sílvio, de outra forma não pode. Com isso, quem perde é a cidade.
Resumo – A direção da Feuc jamais irá questionar o prefeito, pois depende dele. Os alunos que estão fazendo reivindicação, a maioria, senão todos, estão em débito com a Faculdade; alguns professores que se sentiram prejudicados pela gestão do atual diretor, estão insuflando os alunos contra a direção. O prefeito, se muito, irá mover uma palha para dizer que está ajudando. E a comunidade rio-pardense, quando tenta ajudar às vezes atrapalha, pois expõe demais a instituição.
Miguel Paião
miguelpaiao@ibest.com.br
Apesar de nunca ter estudado na Faculdade Euclides da Cunha (Feuc), ex Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL), sempre tive um carinho enorme pela instituição. Através dos amigos que lá estudaram e de outros tantos que lá lecionam, passei a acompanhar a vida da Faculdade e, nos últimos quatro anos comecei a ficar atento aos problemas que vinham surgindo. Vi diversas pessoas rechaçarem a vinda da Universidade Santana, para preservar a Faculdade, vi também as mesmas pessoas se calarem com a chegada da Unip. Enquanto isso, na região, a Unifeg, em Guaxupé, e a Unifae e Unifeob, em São João da Boa Vista, cresceram de forma considerável não só em tamanho, mas também na oferta de novos cursos. Instalou-se faculdade em Descalvado e criou-se uma outras em Casa Branca. Essas mudanças no cenário regional refletiram na instituição rio-pardense. Estagnada e com poucas perspectivas, não demorou muito para que os problemas outrora inexistentes começassem a surgir e intensificar – concorrência. O estado foi agravando, agravando até chegar aonde chegou, em um dédalo sem placas. Concorrência quase desleal, falta de investimento, redução de alunos, cursos pouco atrativos – apesar da qualidade – e a inexistência de vontade política de tentar solucionar o caso, isso partindo do pressuposto que a Feuc é uma autarquia. O caso é de alta periculosidade. A Faculdade de São José, hoje, é como uma vítima de um acidente de carro que está deitada no acostamento, com ferimentos graves por todo o corpo, que deve ser removida apenas por pessoas capacitadas, pois senão, na ânsia de tentar salvá-la poderá matá-la ou deixar seqüelas insanáveis. Nos últimos dias, numa situação de urgência urgentíssima, a direção da Faculdade – totalmente isolada e vendida - decidiu tentar estancar algumas hemorragias aumentando a arrecadação. Para isso, a direção decidiu criar a Portaria 353 estabelecendo algumas medidas de contenção, dentre elas, prazo para negociações de dívidas, aumento da mensalidade, a criação de um fiador no ato da matrícula e criação, a partir do próximo ano, de cursos semestrais. Tudo isso para evitar a inadimplência, que em alguns meses chegou a 70% em alguns cursos, e evitar que os alunos ficassem empurrando dívidas, sem nenhum compromisso, até se formarem. Foi o suficiente para que a verdade viesse à tona; a direção da Feuc, refém da prefeitura, não tem apoio dos alunos, do prefeito e tão pouco por parte dos professores. Mesmo assim, o cerco aos alunos em débito fez com que o Diretório Acadêmico, adormecido há tempos, instigado por alguns professores descontentes, saíssem em manifestação repudiando a atitude da direção. O grupo Amigos da Feuc que há meses vem tentando contribuir com a instituição, inclusive realizando eventos, também se colocou, pelo menos aparentemente, contrário à portaria 353. Está claro que o prefeito João Santurbano (PSDB), responsável pela instituição e que não fez nada por ela até agora, continuará inerte e estudando. Ele não irá socorrer a faculdade, por falta de interesse, e não a ajudará os alunos, pois senão terá que arcar com as mensalidades. Conclusão, a direção está lascada. Para alguns a medida tomada por ela foi “um tiro no pé”, pois poderá perder mais aluno. Já para Faculdade, que já teve os dois pés amputados em razão do acidente, não restou alternativa a não ser tentar garantir a arrecadação de sua única fonte de renda, as mensalidades. Em último caso, a direção acredita que se perder aluno, serão os que já não vem pagando as mensalidades há anos. Quanto ao prefeito, o máximo que ele fará pela instituição é repassar esporadicamente, alguns recursos paliativos até que ela se definhe de vez. Pois, esse é o pensamento do PSDB, a criação do estado mínimo.
Pra ajudar, criou-se uma cultura maléfica no município de que qualquer recurso que possa vir para cidade – principalmente para as entidades – tem que ser através do gabinete do Sô Sílvio, de outra forma não pode. Com isso, quem perde é a cidade.
Resumo – A direção da Feuc jamais irá questionar o prefeito, pois depende dele. Os alunos que estão fazendo reivindicação, a maioria, senão todos, estão em débito com a Faculdade; alguns professores que se sentiram prejudicados pela gestão do atual diretor, estão insuflando os alunos contra a direção. O prefeito, se muito, irá mover uma palha para dizer que está ajudando. E a comunidade rio-pardense, quando tenta ajudar às vezes atrapalha, pois expõe demais a instituição.
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