Logosofia: Acertar é Humano

Todo ser humano tem defeitos e deficiências psicológicas que embora sejam a causa de seus erros e sofrimentos constituem o quadro psicológico das perspectivas pessoais modificáveis. A falta de vontade, a impaciência, a irritabilidade, a intolerância, a timidez, a falta de memória, por exemplo, poderão ser gradativamente debilitadas através de um trabalho persistente e da orientação de quem já tenha realizado este processo de aperfeiçoamento e a depuração dos pensamentos. A substituição daquelas deficiências pelas eficiências que promoverão uma verdadeira revolução psicológica tais como a vontade, a paciência inteligente, a contenção, a tolerância, a resolução, a memória consciente, levará à conclusão que acertar é humano e que os erros podem ser afastados, pois aqui estamos para superá-los criando as condições que nos diferenciem das espécies inferiores para afirmar que somos verdadeiros seres humanos e não a aparência do que imaginamos sobre nós mesmos.
Esta idéia retrógada que diz ser o erro a nossa sina e que estamos aqui para sofrer, deverá ser substituídas pela que diz que acertar é humano e que poderemos construir nossa própria felicidade se decidirmos mudar nossa maneira de pensar, sentir e nos conduzir neste mundo onde tudo pode transformar-se em aprendizado e realizações.
Os erros provêm da ignorância, da falta de conhecimento, e humana é a possibilidade de transcender estes estados inferiores através do estudo e do aprendizado, especialmente, aquele sobre si mesmo, única forma de transpor as barreiras impostas por aqueles que não querem que pensemos, pois pretendem que sejamos dóceis instrumentos de suas inconfessáveis ânsias de domínio.
Para acertar é necessário aprender a pensar por conta própria, ao invés de ser escravo de pensamentos alheios; conhecer que pensamentos existem na própria mente diferenciando, com precisão, o que é próprio do que é alheio; aprender a criar pensamentos que sejam úteis para o aperfeiçoamento pessoal e coletivo. Essa é a grande finalidade da mente humana que, por ter-se afastado deste grandioso objetivo, tem aproximado o ser humano da animalidade, do crime, da guerra engendrada por mentes doentias que deixaram de pensar e são levadas por rancores e ódios ancestrais.
Para a Logosofia, evitar o erro é um princípio de redenção; e lutar contra os pensamentos monstruosos que atentam contra a vida humana é um dever moral de todo o ser humano. E esses monstros mentais, antes de sê-los, foram pequenas feras mentais, filhotes que foram se alimentando de insensatez e da ignorância humanas.
Lutar contra as próprias deficiências psicológicas – essas feras mentais que foram dominando a mente humana através dos tempos com o acúmulo de erros cometidos – é um princípio de redenção pessoal e humana e a contribuição individual possível e efetiva para uma futura convivência pacífica entre os seres humanos neste planeta.

Nagib Anderáos Neto

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