Emílio Antônio Duva
“Que bonito é, ver o samba num terreiro, assistir um batuqueiro numa roda improvisar...”
E assim com um fundo musical de piano, bateria e tamborins assistíamos com o maior prazer e expectativa nas telas do cinema, o formidável cine-jornal CANAL 100. Quase sempre apresentado por Cid Moreira. Imagens indeléveis em qualquer lembrança de nós, reles futuros mortais neste século 21. Quem viu, viu, quem não viu... Perdeu a arte, a ginga, a magia, em câmera lenta, empregada nas lentes dos produtores da família Niemeyer. Seu fundador Carlos Niemeyer, hoje com seus 89 anos, filho de Oscar Niemeyer, com os seus 102, estão de parabéns. Somos eternamente gratos pela produção cinematográfica, e o casamento perfeito do samba de LUIS BANDEIRA (Recife, 25-12-1923, falecido em 22-2-1998), intitulado “Na cadência do samba”. Carlinhos Niemeyer, como é conhecido, já inclinava para o mundo cinematográfico, e em 1959, já cansado de tantas farras, como playboy que era, resolveu trabalhar. Inovar na vida “foi o seu lema”. E saia filmando tudo e a todos, por aquelas bandas de Copacabana. E nascia o CANAL100. O nome canal 100 foi uma analogia às redes de televisão, que tinham os prefixos de Canal 4 (Tupí), Canal 9 (Excelsior, hoje Globo) Canal 13 (Bandeirantes), etc. E o número 100, seria inatingível... Daí..., o sucesso, o charme. No saudoso tempo do verdadeiro Cine-Theatro-Colombo, onde arrebentava-se as fitas, e ou um coça-coça devido as pulgas, ou no sofisticado pulmmam Cine São Francisco de patricinhas e mauricinhos, todos, indiferentes de posição social, ficavam sabendo das noticias do Rio, de Brasília, quase nada de São Paulo, e principalmente víamos as imagens do futebol. Em branco e preto. E a vida era um pouco mais colorida, destarte o vermelho dos sangues de hoje, das cores cinza da (in)política, do verde dos ecos-chatos, do branco do pó, e assim por diante...
E no fatídico ano de 1985, nosso brilhante João Figueiredo atendendo a lobistas do cinema, principalmente dos EUA, DECRETA A PROIBIÇÃO DO COMERCIAL NOS CINE - JORNAL, atendendo a uma porcaria, de uma portaria daquele Ministério da (des) Cultura.
Coisas da bola, coisas da vida, coisas de um país que insiste, ainda, em acreditar que AMANHÃ VAI SER OUTRO DIA...
Eu e o Futebol: 50 anos de canal 100
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