Eu e o Futebol: Zulu – o sempre eficiente


Emílio Antônio Duva

Os charmosos anos 60 e 70 propiciaram modas, costumes e novos procedimentos ao mundo, e, em especial à pequena centenária São José. Face disso, alguns jovens atletas do futebol, depois que Rio Pardo Futebol Clube (RPFC) e Associação Atlética Riopardense (AAR) despediram-se do profissionalismo, um transformou o campo em duas piscinas e o outro restringiu a participação do local aos sócios, alguma atitude foi tomada.
E num dos últimos campeonatos de futebol realizado a contento nestas plagas, aconteceu uma celebre partida entre o Esporte Clube Sindicato versus Associação Atlética Anjos do Além. Nomes de equipes diferentes para muitas pessoas iguais. O jogo ocorreu no extinto estádio do RPFC.
De um lado, craques do extinto RPFC, e do outro uma seleção de jovens estudantes, profissionais liberais e simpatizantes. O único jornal e rádio desta cidade dava ênfase ao prélio. A cidade inteira viu-se envolvida. Resultado: estádio lotado. O nível do jogo prometia, em todos os sentidos. Um desfile inédito do futebol maravilhoso do quase tricampeão do globo. Duelos à parte. E agora os personagens centrais: Aloísio Felipe Mattar ou Mulato, como queiram, (ex-Portuguesa de Desportos) defendendo o Sindicato, o técnico da equipe era ninguém menos do que Valdir Zanata, o Boizinho. Já o craque do Anjos do Além era Miguel arcanjo Tempesta Crudi, o destemido Zulu, (ex-campeão amador pelo Rio Pardo). Dentro do vestiário, nervoso, do Sindicato, Mulato dirige-se a Boizinho e diz:
- Querido Boi, vou provocar a expulsão do excelente lateral esquerdo deles, o Zulu.
- Pelo amor de Deus, Mulato. Precisamos ganhar a partida, é importante. Nada de confusão, vai pegar mal. Pelo amor de Deus... responde o preocupado técnico.
E começa a partida, tudo transcorria normal, um verdadeiro desfile futebolístico. O craque Zulu marcava impiedosamente e cheio de classe e o tarimbado ponta direita Bataglia (ex-Corinthians e Atalanta, na Itália). Segundo tempo Boizinho já respirava tranqüilo, com o placar de um a zero a favor de seu time. Mal sabia ele o que estava para acontecer.
Inesperadamente, às costas do arbitro Marcos Sernáglia, Mulato cumpri sua promessa e desfere um chute no bumbum de Zulu. Este por sua vez dá um carreirão em Mulato que, aos brados, pede socorro e a famigerada expulsão do seu perseguidor. No que foi atendido e, no que foi... prometido. Uma das cenas que o futebol regional jamais se esquecerá. Naquele estádio que não existe mais. Naquelas tardes ensolaradas e agitadas que se desapareceram. E daqueles craques que jamais voltaram a exibir seus talentos.
Fecham-se as cortinas e termina o grande espetáculo.

2 comentários:

Anônimo disse...

grande zulú briguento invocado mais concertesa deixou muita saudade

Anônimo disse...

descanse em paz meu amigo que tinha como sua frase preferida a seguinte eu faço oque eu quiser porque nao devo pra filha da puta nenhum rsrrssrr e nao devia mesmo bj meu amigo saudade de vc