HÉLIO RIBEIRO

O poder da mensagem

Fabiano Possebon

Quando era adolescente, na década de 70, e trabalhava como sapateiro com meu pai, todos os dias, religiosamente, ouvíamos o programa O PODER DA MENSAGEM, do Hélio Ribeiro, da Rádio Bandeirantes.
Era muito gostoso! Passávamos horas bem alegres!
Helio, com seu português escorreito, voz grave (Chico Anísio baseou-se nele para criar o Roberval Taylor), estava sempre descontraído e simpático. Toda vez iniciava e terminava o programa com uma mensagem.
Ele gostava de recriar ditos populares como: “Cada macaco em seu galho, o problema é que existem muitos macacos e poucos galhos”, “Quem dá aos pobres empresta a Deus, a questão é que muitos querem cobrar juros depois”. Era crítico em relação ao movimento feminista: “Muitas mulheres querem ter o direito de cometer os mesmos erros dos homens”. Crítico intransigente no tocante ao abandono dos menores: “Não vemos geladeiras novas por aí, abandonadas no meio das ruas, bens que nos são caros, preciosos, abandonados, vemos? Então, por que abandonarmos as crianças, que são seres humanos? O problema do menor abandonado está justamente no maior abandonante”, “A Sociedade irá melhorar quando o jovem der as mãos para o idoso e ambos começarem a cuidar da criança”.
Eis duas historietas interessantes: Havia um índio numa praia, aproximou-se dele um homem branco, pegou uma vara, fez um círculo pequeno na areia e um outro bem maior em torno do pequeno. Depois disse o seguinte: O círculo menor refere-se a tudo o que o índio conhece, o grande é o que o branco sabe. O silvícola tomou da vara e riscou um círculo bem grande em redor dos outros dois. E assim se expressou: - Este grande é tudo o que nem o índio nem o branco sabe.
Outra estória: Uma determinada pessoa sentia-se muito deprimida, não sorria nunca, então resolveu ir a um psiquiatra. Este lhe disse: Há numa cidade vizinha um circo, nele trabalha um palhaço que dizem que é o mais engraçado do mundo, todos que vão lá voltam rindo sem parar. Você precisa ir a esse circo. O homem olhou para o médico e exclamou: - Doutor, então eu estou perdido mesmo, pois aquele palhaço sou eu!!!
A visão que Helio Ribeiro tinha do rádio era para ser um veículo de entretenimento, trazer cultura e fazer pensar.
Ele faleceu no dia 6 de outubro de 2000, o site sobre ele é o seguinte:
www.helioribeiro.com.br, blog: http://blog.memorialhelioribeiro.com.br. Dêem uma espiadinha. Vale a pena!

Nenhum comentário: