PSICOLOGIA


A difícil tarefa de ser pais de adolescente

Waldemar Fiorante Junior
waldemarfiorante@ig.com.br


Através do artigo anterior, “Adolescência - fase de transição”, algumas pessoas entraram em contato comigo por e-mail, perguntando sobre a relação pais/filhos adolescentes e as dificuldades que enfrentam nesta dura jornada no sentido de educá-los e orientá-los. Realmente, a tarefa de ser pais de adolescente não é nada agradável, mesmo porque lidar com pessoas em conflitos constantes é um trabalho árduo e muitas vezes mostra-se quase impossível. Se pensarmos a adolescência como “fase de transição”, sentiremos um certo alívio, pois assim podemos compreender melhor este fenômeno que logo passará, ou que terá um fim por ser este momento, um estágio cujos conflitos emocionais caminham da fase infantil “em trânsito” para a fase adulta. Os filhos que antes tinham os pais como imagem de perfeição nesta fase passa a enxergá-los, como seres humanos normais, onde tudo pode ser questionável como forma de impor uma nova visão de mundo, criar sua própria identidade que até então não imaginavam ter, vivenciando apenas o que era oferecido pelos conceitos da educação parental. É o momento em o adolescente encontra para abandonar a regência do superego dos pais e criar seu próprio, remontando seus conceitos pessoais sobre mundo. (Superego é um conceito psicanalítico que de forma simplificada pode ser entendido como nossa consciência interna, aquela voz interior a qual nos orienta). Em determinadas situações não adianta entrar em conflito direto com esta nova personagem que se desenvolve dentro da família, esta atitude não antecipará a passagem transitória necessária ao desenvolvimento, entretanto os pais não devem simplesmente abandonar o adolescente por não suportar os conflitos inerentes a esta fase. O ideal é manter-se sempre presente e ativo nesta tarefa de orientar e educar, para que os padrões de identificação do adolescente, não sejam construídos por um grupo social que o afaste de valores construtivos. No sentido de melhorar a relação do adolescente com seu grupo familiar, muitas vezes os pais podem oferecer ao filho o apoio profissional de um psicólogo para melhor conduzir este processo doloroso de transformação e inevitável para o crescimento humano.

Um comentário:

Unknown disse...

É camarada! Concordo com você quando diz que um psicólogo ajuda um adolescente problemático. Mas vou além. Hoje, muitos pais perderam o controle sobre os filhos.Aqueles cuja existência social é boa, dá tudo de mão beijada, acoberta falhas, educa os filhos para se sentirem superiores aos outros. Muitos adolescentes desenvolvem atitudes fascistas, espancam domésticas, botam fogo em índios. Parece não haver limites. Os mais pobres estão abandonados à própria sorte, estudando em escolas precárias, vivendo como sub-cidadãos, sem direito a uma vida digna. A adolescência é uma fase difícil. Com esse cenário nacional, gera situações críticas. E quando os dois mundos antagônicos se encontram? Aí o bicho pega meu irmão!