Felinio Freitas
felinisousa@gmail.com
O Facebook e as outras redes sociais são o mais novo meio do homem existir no mundo. Os diálogos, os encontros, as conversas e outras questões da vida real atualmente são orientadas pelo mundo virtual. Trabalho, amores e desamores, a divulgação da vida alheia, acabam aproximando ou distanciando as pessoas e tudo de forma muita rápida e as vezes sem sentido. Outro ponto crucial das redes sociais é fazer do isolamento uma nova forma de vida e de experimentar o mundo de forma ilusória com apenas um clique.
Foto do café da manhã, da viagem à praia, da nova roupa e dos “selfies”, ou os autorretratos, se espalham nas redes sociais como meio de demonstrar o quanto somos felizes, o quanto a vida é agitada e glamurosa. É preciso publicar sempre e com isso há o desenvolvimento do narcisismo e com isso o distanciamento entre as pessoas. As fotos do perfil são escolhidas a dedo...afinal ela será o nosso cartão de visitas (somos atraentes, cultos, cults, inteligentes, felizes e belos).
Na vida virtual a felicidade é distribuída por meio do compartilhamento. Na vida real pessoas emburradas e sem educação. Em alguns shows que fui, a grande preocupação das pessoas era de fotografar e filmar. A apresentação e o artista no palco pouco importavam. Outra exemplo da loucura do mundo virtual são as frases de efeito. A escritora Clarice Lispector é citada em várias postagens por pessoas, que garanto, que ao menos nunca leram um livro de sua autoria.
Todo mundo tem opinião sobre tudo, mesmo sem ter opinião. Prestem atenção no que os seus amigos comentam, curtem e compartilham. Todos falam sobre tudo, sabem de tudo, mas não compreendem nada em profundidade.
As mentiras antes restritas as rodas de conversas agora são duplicadas e replicadas com apenas um clic, sem ao menos as pessoas terem o cuidado de verificar se a história é verdadeira ou não.
A prova mais cabal de que uma rede social não fala com a realidade são aqueles amigos virtuais que você encontra na Padaria, mas daí você não lembra o nome da pessoa ou de onde você a conhece e muito menos o nome dela. Como li dias atrás no Facebook de um amigo, rede social é “um mundo feito de aparências. Feliz é aquele que é feito de verdades.”